sábado, 31 de dezembro de 2011

revisão

eu não posso reclamar desse ano. passei a maior parte do tempo em minha própria companhia, eu nunca tinha feito isso. e no fim das contas não é desesperador. é cheio de paz.

dei um grande passo na revisão das minhas perspectivas e princípios.

devorei livros. ganhei mais dinheiro, gastei mais dinheiro, juntei dinheiro. trabalhei mais, descansei menos. aprendi a falar não. estou aprendendo o peso pesado do sim.

a solitude fez eu arrumar mais a minha casa. a lapidar um pouco o destino no gps interno.

nesse ano eu conheci melhor uma pessoa incrível: eu mesma.

ouvindo: amsterdam - coldplay

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

cessar o esforço

'amar é um verbo. o amor, o sentimento, é um fruto do verbo amar' (stephen covey)

amar é um caso à parte. tenho comigo o gostar. como eu faço pra deletar esse sentimento? vou conjugar outro verbo, vou cessar o esforço do gostar e portanto o sentimento. pelo menos neste caso. parece fácil, mas dá pra acreditar como é difícil pra mim?

como diz a minha vó 'se você desmarcou duas vezes é porque não está precisando do meu serviço'. então não acho que vá fazer diferença alguma, pra dizer a verdade. não pra ele.

o que eu tenho aqui é valioso. existem outras pessoas interessantes a quem eu posso fazer bem.

eu sigo amando... as pessoas em geral, a vida. mas este gostar específico está na hora de começar a terminar. nem que seja aos poucos.

ouvindo: chasing cars - boyce avenue

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

interessante

'why do i fall in love with every woman i see who shows me the least bit of attention?' (joel barrish)

eu também não sei por que isso me acontece, joel. não, isso não me acontece. vamos fazer assim? isso não me acontece. pronto. não é todo homem. não é qualquer atençãozinha.

mas uma coisa é certa: sou detalhista pra caramba. e eu sei reconhecer uma pessoa interessante rapidamente. essas pessoas brilham e pulam da estante, como acontece com os livros interessantes.

que bela é a vida e todos os seus detalhes :)

ouvindo: part of your world - barbara hendricks

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

coisas boas

'só podemos dar aquilo que possuímos. e o único motivo para possuir alguma coisa é dá-la' (leo buscaglia)

sabe algo particular sobre os sentimentos? qualquer um pode ter sem precisar comprar e pode dar sem gastar. e costuma propagar rápido. que seja um sentimento bom então, que tal?

por que miguelamos amor? por que diabos miguelamos o amor em suas várias formas? esquece o medo de ser trouxa! isso seremos de um jeito ou outro. não é de conhecimento geral que o amor gera amor. é culturalmente implícito que o amor tem que ser muito bem merecido para ser usufruído.

bobagem.

ah a era da estagnação do amor. tudo o que pára de fluir morre.

está afim de ser o ponto inicial e alastrar coisas boas? eu estou.

ouvindo: us against the world - coldplay

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

mulher perséfone

hades não precisou falar nada e de repente aquela menina vulnerável se deu conta de que já estava na hora de deixar o lado koré para trás. eu não acho que hades tenha discutido a relação durante 'a viagem ao centro da terra', enquanto dirigia seu carrão preto com a muié do lado... depois de sequestrá-la daquele mundinho óbvio e entediante. ele deve ter ficado quieto, como é o jeitão dele.

ela apenas olhou tudo aquilo, tão diferente do que conhecia até então, principalmente, tão interessante e novo. o inferno é um lugar curioso, não há dúvidas. lá é o lugar de julgamento dos mortos. e vai além da legislação dos humanos... eu acho. esta tarefa não é pra qualquer um.

'descer pro inferno' é uma bela analogia para 'ficar quietinha na sua e refletir paradigmas'. né?

ela que nunca tinha feito nada parecido com isso logo de cara surpreendeu usando todo seu potencial. aquelas outras não tinham base para isso. como leuce e menta. fraquinhas da cabeça, num lugar desses viraram plantas insignificantes.

mas não perséfone.

de menina koré tornou-se mulher perséfone e rainha do inferno. ela foi esperta e soube reconhecer uma ótima oportunidade de amadurecimento e desenvolvimento pessoal, comeu logo aquelas romãs (até parece que foi um ato inocente), pensou 'gostei daqui e daqui não saio, chega de agradar mamãe deméter'.

foi hades que apresentou este mundo totalmente novo a ela. bom, talvez por isso ela o amasse e o admirasse tanto. com toda a razão.

ouvindo: lovers in japan acústico - coldplay

domingo, 4 de dezembro de 2011

gostar

conheço um autor que diria 'gostar é um verbo. para gostar de alguém simplesmente siga praticando este verbo'.

preciso ser uma pessoa melhor para gostar dele da forma certa.

tem a forma certa sim. todo o meu improvement é também pra ele. faz pouco tempo que descobri que 'quero o seu bem' não é bolinho. não quero que essa seja uma frase meramente motivacional. quero que essa frase aconteça e quero fazer parte da frase.

eu nunca tinha gostado de alguém desse jeito.

ainda estou aprendendo. a cada dia que passa esse sentimento só aumenta.

ouvindo: lovers in japan acústico - coldplay

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

espelho

incrível como ele é parecido comigo. técnicas de relações humanas do tipo 'como fazer qualquer um gostar de mim'... e aposto que ele nem leu susan rabin. nem dale carnegie. deve ser a lábia da vida.

'para os outros se interessarem por você, seja interessante'. outra técnica... que ele cumpre muito bem. eu o entendo, eu sou assim também. devoramos livros, aprendemos de tudo um pouco para ter assunto com o próximo desconhecido.

parecemos dois bakás usando todas as técnicas que sabemos, tentando ser os melhores, tentando ganhar o jogo, cada um o seu.

curtimos a velocidade em vários aspectos. a velocidade motorizada, a agilidade da 'melhor resposta', o just in time das relações.

eu compreendo, eu simpatizo com ele. somos parecidos, gostos e atitudes. somos inseguros. e quem é inseguro sempre arranja um jeito de ser independente e conseguir 'comprar' as coisas que necessita, seja lá qual for o dinheiro.

é bem mais fácil enxergar algumas coisas quando aparece um espelho na nossa frente. ele é um ótimo espelho, mas eu não acho que ele veja espelho algum em mim. azar dele, não vai enxergar algumas de suas maiores cagadas.

será que ele voltou só pra me ensinar isso? bem que eu gostaria que ele tivesse vindo para aprender isso, também. e se servir para um aprendizado tão valioso, então ele não é uma lagoa tão errada assim e eu não sou um pato tão deslocado.

ouvindo: one - u2

domingo, 20 de novembro de 2011

ensinar

quando vejo meu professor sendo professor, é como se houvessem várias habilidades sobrepostas, aprendidas e também inatas. há talento. ele é incrível.

o que me atrai tanto na arte de ensinar? uhm.

saber, por si só, já é algo complicadíssimo. ensinar, então...

saber implica adquirir conhecimento, assimilar, ter a maturidade de mover-se para aprender mais sobre as técnicas e a vida. não é só absorver informação, simplesmente. o 'saber' precisa de atualização sempre, um processo contínuo. quanto mais sabemos, mais o novo consegue interagir aqui dentro.

ensinar é coisa igualmente complexa. portanto vai além do repasse de informação. arrisco dizer que é liderar.

'liderar é comunicar o valor e o potencial das pessoas de forma tão clara que elas passem a reconhecê-los nelas mesmas. as pessoas precisam sentir que têm um valor intrínseco, totalmente distinto de uma comparação com outras pessoas e que elas merecem amor incondicional, independentemente de comportamento ou desempenho' (stephen covey)

ando pensando muito no adam... aqui no ipiranga tem uma creche, eu já falei com eles e, não que eu esteja com o ego inflado, eu acho que tenho condições de todo tipo para fazer alguma coisa. lidar com crianças, dessa vez, vai ser algo muito mais rico do que naquela época.

em dez anos a gente muda tanto.

ouvindo: when you wish upon a star - barbara hendricks (veio a calhar heing?)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

paciência

deixa eu ficar sozinha. 'você sabe onde me achar né??' ela disse, toda preocupada.

acabei de ter um dèjavú do outro lado da moeda. que sensação estranha. 'você gosta mesmo de mim, não?' eu disse.

eu dou uma patada e ela continua aqui sendo gentil. o que é isso afinal? que sensação estranha.

até quando ela terá paciência de me fazer bem?

ouvindo: passeando - marcelo camelo

homens bons

'fiquei com inveja do adam', eu disse.

senti que fui olhada com uma leve cara de cu naquele momento. é que adam nem existe, é um personagem que perdeu tudo, foi julgado, cumpriu pena aberta e teve que trabalhar servindo comida para moradores de rua, conforme declarou o juiz. inveja disso?

penso sobre os perrengues da classe média. tudo resolvível. temos base, tivemos estudo, temos algum dinheiro. temos condições de fazer mais dinheiro. temos o conhecimento, temos os contatos, de certa forma, temos o poder. só não temos muita iniciativa, fale a verdade... eu, pelo menos, nunca tive.

'tudo o que é necessário para que o mal triunfe é que os homens bons não façam nada'. (edmund burke)

essa frase não saiu mais da minha cabeça, desde o começo do outro livro. acho que já está na hora de eu agradecer à minha boa condição e fazer algo. de forma prática, me vêm à cabeça dois grupos que adoro e que conseguem ser bem impotentes dependendo das circunstâncias: cachorros e crianças.

eu não preciso de julgamento de juiz nenhum para começar um trabalho desses. inicia então a busca ao trabalho voluntário ideal. burocracias. responsabilidade e compromisso. eu vou encontrar algo.

simbora, homens bons.

ouvindo: amsterdam - coldplay

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

todo filho

acho que fico mais bonita quando estou em paz. a iniciativa de buscar ser melhor está me fazendo bem. eu jogaria todos 'aqueles' livros e ficaria apenas com stephen covey. e eugênio mussak vai.

a delicadeza com que stephen fala sobre princípios, paixão, visão, disciplina, ele poderia ser meu pai. pensando bem, os pais nunca falariam sobre isso tão assim, verbalmente. não os meus.

invejo e almejo a sabedoria desse pessoal que tem entre cinquenta e cem anos. eu disse sabedoria, não disse conhecimento. começo a orgulhar-me de mim mesma. mas por enquanto eu sou a filha. aquela, cheia de arestas, como toda filha. como todo filho. cheia de birras, dias ruins e percepções errôneas de mim mesma e dos outros.

não há mais razão para ter vergonha disso. eu te aceito exatamente do jeito que você é.

eu digo pra mim mesma.

ouvindo: santa chuva - marcelo camelo

terça-feira, 15 de novembro de 2011

propósito

não é o cansaço que me dificulta levantar de manhã. é a ausência de um propósito. uma paixão. eu disse paixão, não homem.

é inútil procurar justificativas. a cultura, a moleza na criação, os genes, as pessoas que convivi, as pessoas que deixei de conviver, nada disso define quem eu sou, nem quem eu serei. me responsabilizo totalmente, a partir deste momento.

sem choros. sem reclamações.

eu cheguei no fundo do poço da minha situação ridícula e não-admirável. chega.

está na hora de arrumar a casa direito. sozinha. concentrar meus esforços e cumprir o que me dispus a fazer, até o fim. andar ao léu e grudar em um homem e seu gps não soa adequado. não mais.

tenho meu próprio gps nas mãos. destino. o endereço tem que ser objetivo. a longo prazo. ok, vamos lá.

ouvindo: estranged - guns'n roses

sábado, 12 de novembro de 2011

saia daqui

acabei de ler um livro sobre arrogância e humildade, e acho que não consegui aprender nada com isso. eu assimilei, mas não absorvi nada. tudo bem, é que nem a comida que foi dissolvida no estômago mas que ainda não passou pelo intestino.

faz parte da arrogância saber argumentar. aprendi a ser boa em respostas. o que é uma resposta boa? é aquela que deixa a outra pessoa sem resposta. é o cheque do xadrez. agora, pensando bem, é totalmente imbecil ser boa em 'respostas boas'.

ainda mais quando faço uma leve cara de 'batalha ganha'. é, eu desconfiava que eu era uma bosta de monstro, agora eu tenho certeza que sou mesmo. o meu palpite é que, fica assim quem teve a vida muito dura ou muito mole. a minha foi muito mole, com certeza.

mas não sou tão horrível assim. quando eu me isolo, muitas vezes não é para me proteger. é para te proteger, seja você quem for. é para te dar a oportunidade de arranjar uma companhia mais agradável, menos ríspida, mais compreensiva. para que você possa ir lá, degustar o doce. e não o amargo e o azedo em que me encontro.

portanto, saia daqui e saia logo.

ouvindo: the scientist - coldplay

atenção específica

eu gostaria de não precisar da atenção de ninguém, ou, de ninguém tão específico. continuaria a sair com uma pessoa diferente a cada semana e com as mesmas amigas de sempre. será que eu fazia isso justamente para evitar essa porra de desesperozinho que estou sentindo agora? será que eu era mais esperta antes?

é notavelmente ridículo o estado em que se encontra uma pessoa quando precisa dessa atenção específica. eu sei porque ocasionalmente vejo o outro lado da moeda. é deplorável. é como assistir de camarote, bem alto, outro ser humano num palco fazendo malabaris com aquela aflição latente de que nenhuma bola pode cair. nunca.

me incomoda muito estar ridícula a este ponto. hoje é sábado de feriado, eu poderia estar trabalhando se quisesse, trabalhando bastante... já que eu não tenho nada pra fazer. mas a única coisa que consigo é sentar nessa cadeira de rodinhas, ler o meu livro e tomar meu café. e ficar olhando pra essa merda de tela, como um cachorro que olha através do portão.

outro livro que está acabando. dessa vez escolhi o próximo na estante. não é um que eu quero ler. é um que eu preciso. ainda bem que é outro romance, não a impertinente auto-ajuda.

ouvindo: amsterdam - coldplay

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

corrosivo remorso

ser gentil e prestativa nunca me incomodou a este ponto. passou a incomodar. diminuí a minha prestatividade e agora sinto um remorso tão grande que o incômodo está maior ainda. estar nesse mato sem cachorro acarreta enjôo e preocupação, por isso eu tomo tanto café e o café me dá enjôo. e vice versa.

puta merda. estou no meu limite.

a minha valvulinha de escape consiste em café, livros e conversas textuais com a única pessoa que ainda me encanta, de alguma forma. e que nem sempre tem essa disponibilidade para tamanha idiotice e imaturidade, é o que eu acho. café tudo bem. livros, comprei cinco esta semana e tudo bem. depender da atenção de alguém já é algo que me angustia bastante.

hoje deixei quatro amigos falando sozinhos. não dei a atenção que deveria aos meus pacientes e suas queixas, não ofereci ajuda à minha vó. fui almoçar sozinha. neguei dar uma volta com os cães. etc.

pensei na possibilidade de retomar a minha prestatividade original e ao menos cessar o corrosivo remorso. percebi que não consigo fazer isso.

ouvindo: a rush of blood to the head - coldplay

terça-feira, 1 de novembro de 2011

condicionamento

vamos aprendendo um monte de habilidades e, de repente, estamos completamente condicionados. depois de anos seguindo a religião de susan rabin, hoje consigo conversar com qualquer pessoa em qualquer lugar. consigo jantar mesmo tendo comido um puta lanche. consigo várias façanhas.

eu consigo fazer um monte de coisas que não me agradam sem entender direito como e por quê. sem conseguir identificar o que do quê.

estou tão cheia de camadas que fica difícil. o que me transformei é algo tão dependente de aspectos externos que a minha cortesia faz com que a rua que cruza sempre seja preferencial. algumas gentilezas simplesmente não combinam mais comigo.

rever crenças é um processo fodido.

identificar o que eu realmente quero não é tão simples e eu não me envergonho disso. mudar de idéia. eliminar esse condicionamento. tirar as camadas e encontrar o que está lá dentro. enfim.

o processo é trabalhoso mas vale a pena.

ouvindo: creep - radiohead

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

vazio

'deixe ir embora tudo aquilo que não está funcionando. você não precisa resistir a tal realidade porque é necessário criar um vazio para que a vida possa preencher com boas novidades. crie um espaço'.

é a frase que anoto na primeira página da minha agenda faz uns oito anos. anoto por que? é algo que faço naturalmente ou... é algo que preciso ler toda hora pra ter coragem de fazer? a segunda opção, certamente.

estou postergando um vazio que está por vir. um vazio que conheci duas vezes mas que desta vez tá foda pra caralho da porra. tá foda, meu amigo. robin norwood, steven carter, julia sokol, judith viorst, melody beattie, greg behrendt, liz tuccillo, daniela kim, todos esses diriam que eu estou obcecada e com a visão turva. talvez eu esteja mesmo.

meu professor diria 'este desenho não fica melhor que isso. pega uma folha em branco e faz de novo'. eu pesquisei, estudei tanto sobre apego e desapego. o tóxico apego da porra. e eu não sei nem consigo colocar essa merda em prática. não sei o que é pior. estar triste ou a decepção com a minha falta de força.

pula logo da ponte, sua imbecil. manda ver.

eu sou o tipo de pessoa que precisa criar um vazio para que a vida re-preencha. não sou que nem aparelho de baygon, que você só tira uma pastilha quando enfia a outra.

é tudo tão redondo e profundo. e brilha. não sei se é a luz no fim do túnel ou o reflexo da água no fundo do poço.

ouvindo: fix you - coldplay

terça-feira, 25 de outubro de 2011

intimidade

'quero estar ligada a alguém que respeito, admiro e amo, alguém que sinta a mesma coisa em relação a mim. isso ou nada. compreendi que aquilo que você está procurando não é a mesma coisa que eu procuro. você não quer o que eu quero.

o que você pensa que eu quero?

exatamente o que você tem."

como eu gostaria de ler um livro na versão de leslie. richard bach é tão melhor com leslie. e leslie parish é tão melhor com richard.

'já notou que nossa amizade é completamente... desprovida de ação? nunca tive antes uma amiga como você. não somos horrivelmente cerebrais, não falamos demais?'

falar demais... falar demais. isso é mesmo um problema? pois eu não vejo outro meio de atingir a... intimidade.

'o oposto da solidão, richard, não é a vida em comum. é a intimidade.'

ouvindo: divenire - ludovico einaudi (relembrando a época do: a ponte para o sempre).

terça-feira, 18 de outubro de 2011

amor pragma

eu já fui assim. acho que todas nós fomos, por questão de autodefesa. algumas de nós ainda são...

é nítido o meu desgosto ao olhar para aquela prateleira da fnac, a prateleira dos livros sobre relacionamentos amorosos. egoísmo é uma palavra que nunca me viria à cabeça tempos atrás, mas hoje faz todo sentido. manual do que buscar para te completar e fazer feliz. listas do que exigir, o que analisar. eu quero tudo, eu quero receber tudo e quero agora. mesmo quando dou estou pensando exatamente no que quero receber em troca. chega. chega. não é possível que isso seja amor.

existe sim um termo para isso: amor pragma. o amor prático, cheio de pré-requisitos e interesseiro.

é chegada a hora de pensar sobre o que estamos dispostos a oferecer de graça a alguém que assumidamente gostamos, simplesmente porque gostamos e queremos bem. e pronto. (alguns fazem isso com cães também).

olha que legal, existe também um termo para isso... amor philia. segue a adorável definição de aristóteles...

'querendo para alguém o que se pensa de bom, e por sua causa e não pelas nossas próprias, e assim estar inclinado, tão tempo quanto puder, fazer tais coisas por ele'.

ouvindo: mon seul désir (part of your world) - a pequena sereia

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

quebrar tudo

eu sei, eu acabei de escrever sobre singularidade... mas por dois pequenos momentos de hoje tive vontade de quebrar coisas e bater com a cabeça na parede, devido à asperezas da excentricidade. a cabeça é minha, a parede é minha e a responsabilidade idem.

certa fez o fernando me disse que no japão é possível pagar para entrar numa sala e quebrar tudo. recebemos até um taco de baseball na recepção. já pensou? na quinta feira eu planejei esmigalhar o telefone do consultório assim que eu comprar outro. desisti e retomei esta idéia dezenas de vezes de lá pra cá. ainda não comprei outro.

tenho notado essa energia latente dentro de mim recentemente. a energia da destruição, do estilhaçamento, do esmigalhamento, do esfarelamento... a vontade louca de destroçar, fragmentar, demolir e exterminar.

técnicas implosivas e explosivas não me parecem adequadas para o convívio em sociedade.

'planejar surtar' soa ridículo, e na hora de 'executar o surto' eu sempre acabo desistindo. assim que eu instalar o telefone novo, sei que enrolarei o fio do velho e guardarei tudo direitinho dentro da caixinha.

eu só queria pagar uma graninha e quebrar tudo com o taco de baseball ou com as próprias mãos, uma só vez. sem me julgarem psicopata. sem aparecer no jornal no dia seguinte. sem nenhum familiar querer me arrastar para o médico. sem nenhum homem dizer que eu deixei de ser meiga.

talvez eu precise simplesmente de férias.

ouvindo: tema de cinema paradiso - yo-yo ma

sábado, 15 de outubro de 2011

singularidade

yo-yo ma disse que a pior coisa que você pode fazer é dizer a si mesmo 'quero ser exatamente como fulano'. e continuou 'você precisa absorver o conhecimento de outra pessoa, mas o fundamental é descobrir sua própria voz'.

autenticidade... singularidade... ser uma pessoa única, além de charmoso demais, é um potencial gigante.

cliché é uma placa de metal com um relevo específico e serve para imprimir grandes tiragens da mesma coisa. ok para jornal. ok para informação. mas essa porra não é adequada para fazer tiragem de gente.

todas as pessoas que eu admiro beiram o ridículo. ops, quer dizer... beiram o limite do convencional. estas pessoas possuem características particulares (e estranhas) que me encantam tanto a ponto de todo o resto ser completamente contornável. simplesmente vale a pena.

por outro lado, a mesmice e as ações estereotipadas me enfadam tanto que, mesmo sendo adequado socialmente, minha vontade é de sair correndo. eu saio mesmo.

o maestro koellreutter dizia que estética é o inesperado.

mas devo dizer uma coisa... é toda mesmice que me enfada. mas não é toda singularidade que me agrada. saio correndo de algumas bizarrices também.

ouvindo: peer pressure - jon brion

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

borboletas e drosófilas

eugênio me contou que as borboletas vivem um mês... "mais lembram delicados pássaros, ou quem sabe, pinceladas de tinta no próprio ar". que descrição mais carinhosa, não?

um mês... isso me lembrou os homens-drosófilas, termo que existe porque eu inventei... drosófilas vivem um mês também... homens-drosófilas são aqueles homens que não têm capacidade de durar mais de um mês... na minha vida. admito, para mim este é um inseto insignificante, sem graça e talvez até inútil... sim, essa expressão foi criada com muito sarcasmo mesmo. intencionalmente.

a borboleta dura pouco tempo também, mas é bonita e apreciável. da mesma forma que eles ficaram um mês aqui, eu fiquei lá um mês. o que fui eu? uma mulher-drosófila? ou uma mulher-borboleta? isso realmente não importa muito mas merece um post porque foi um insight muito interessante. o mais interessante foi algo que eu lembrei sobre a palavra butterfly...

na indonésia existe um termo... kupu-kupu malam... traduzindo ao pé da letra temos 'borboleta noturna'. e o real significado dessa gíria (ou sei lá como chamar) é: prostituta. bom, lembrei disso e liguei uma coisa à outra... e não sei direito como dar um nó.

enfim, estou apenas divagando sobre borboletas. e drosófilas.

ouvindo: nada

domingo, 9 de outubro de 2011

a fera

ok, eu não estou bem.

me sinto cada vez mais dura e mais sensível. sinto que a minha casca está ficando cada vez mais grossa e o meu interior, cada vez mais mole. as pessoas estão começando a achar que eu pareço um monstro ríspido. por dentro estou chorando.

eu sempre digo que estou me isolando porque não suporto os outros. eu estou admitindo que estou me isolando porque não suporto a idéia de os outros não me suportarem.

não quero perder as pessoas que gosto. é até incrível eu dizer que gosto de alguém.

a forma mais segura de a fera não arranhar os amigos é trancá-la naquele castelo ouvindo yo-yo ma e u2.

as pessoas morrem e isso me deixa sem ar. os cães morrem e sim, isso dói.

a gola da minha camiseta está toda molhada.

ouvindo: the swan - yo yo ma

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

desconfortável

o meu copo está sempre cheio. e tudo o que pinga é a gota d'água. a bolachinha do meu copo está encharcada.

solitude deixou de ser escolha e passou a ser necessidade. quando eu tiver meus quarenta e poucos anos vou poder falar que 2011 foi o ano em que me senti desconfortável todos os dias, de alguma forma.

foi a época em que eu aprendi o que é não conseguir dormir por preocupação e o que é não conseguir acordar por desmotivação, tomei café com a finalidade de ficar zureta, saí no sábado à noite para conseguir respirar, não suportei a presença de nenhum amigo, admiti verbalmente que estou cansada, li muitos livros loucamente, dei um nó nas informações da minha cabeça, descobri que tenho potencial para ser muito melhor do que isso.

eis o ano em que tudo me incomodou. continua incomodando. mas está sendo o melhor ano que já vivi.

"i've never been so alone and i've... never been so alive." (motorcycle driveby - 3rd eye blind)

ouvindo: nuvole bianche - ludovico einaudi

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

voorpret

fico imaginando a minha casa com paredes inteiras de estantes (e livros, muitos livros, muitos cds e dvds), luz alaranjada de sol entrando pela janela, caixas de som potentes com algo de violoncelo ou piano saindo delas, longas conversas com um homem interessante... no maior estilo richard-leslie.

'voorpret' means.... anticipatory pleasure. the sense of enjoyment we feel before an event actually takes places. é em holandês essa porra.

eu aprecio antecipadamente o dia em que eu encontrar um sujeito de sótão e não de porão (coisa de iyanla vanzant).

nada mais justo, para a mulher de sótão que sou... certo?

ouvindo: unstoppable - e.s. posthumus

sábado, 24 de setembro de 2011

raízes e asas

recuso prontamente a idéia de ser só sentimental, vou usando racionalidades e informações lógicas. não é exatamente autodefesa instantânea. é que eu acho que sou muito mais interessante assim... e o mais importante... gosto mais de mim assim.

quanto à raízes e asas... eu escolho os dois. demorou para eu ter uma epifania, mas quando me dei conta de que posso sim ter ambos (ao invés de um ou outro), consegui o início de uma paz inexplicável.

não tenho mais medo de voar porque eu tenho uma parte bem fixa no chão. não tenho mais medo de me enfincar no chão porque também tenho asas. sou gigante, flexível, maleável e agora anda bem difícil me quebrar no meio.

quem consegue me acompanhar? quase ninguém, a maioria das pessoas que conheço pendem a somente um desses extremos. então me acompanham apenas temporariamente.

note que pertenço a todo lugar e ao mesmo tempo, a lugar nenhum. ando vagando sozinha e não nego, isso me incomoda um pouco. mas me incomoda mais ainda permanecer acompanhada em lugares fixos dos quais não pertenço totalmente. quem quiser me acompanhar terá que ter asas e raízes... também.

"é apenas uma casa. o lar somos nós." (richard dizendo à leslie).

ouvindo: creep - radiohead

terça-feira, 20 de setembro de 2011

o medo e a sinceridade

sinceridade significa exprimir seu pensamento e sentimento. então só funciona se houver uma comunicação eficaz, sem comunicação começa a virar ocultagem, que tá lá quase beirando a enganação.

e quanto ao medo? sim, o que tem a ver o medo a sinceridade? muito, cacete.

acontece de subirmos no muro e ocultar dizer o 'não' com medo de perder algo que nem mesmo nos pertence. dê um fora, por exemplo. deixe-o ir, deixe de ser egoísta. e se você realmente gostar de alguém, diga isso também. não acho que uma coisa dessas deva ser condicional (só gosto se você gostar). deixe de ser egoísta, de novo.

o medo tem muito a ver com decepção, mágoa e ofensas. tudo coisas que você adquire apenas se deixar. cada um tem seus motivos, sua história e talvez seus traumas. não espere que alguém aja somente do modo que te agrada. deixe de ser egoísta novamente.

ser sincero consequentemente significa ser responsável pelo que queremos e escolhemos (e assumir tudo isso). admiro quem consegue ser assim. estou me esforçando para ser assim.

(voltei a ler livros. recaída. fiquei limpa por... apenas uma semana).

ouvindo: she's like the wind - patrick swayze

estresse

'o estresse não deriva do tamanho do problema, mas da desproporção entre o tamanho do problema e a capacidade de enfrentá-lo.

quando o tamanho do problema é muito maior do que a capacidade, o indivíduo vai se estressar. quando acontece o oposto, a capacidade é maior do que o problema, ele vai se entediar. se o indivíduo só consegue trabalhar em uma relação quadrada, ou seja, só aceita enfrentar problemas equivalentes à sua capacidade, ele acabará se acomodando. e a quarta possibilidade é ter um problema maior do que a capacidade, mas não tão grande que não possa permitir o desenvolvimento da capacidade para vencê-lo.

o desafio não é fazer aquilo que sempre fizemos, é fazer algo novo."

ah, eu tinha que escrever tudo, o mussak foi tão claro e objetivo! esse cara é demais, não? e o livro é bom, chama 'motivação: do querer ao fazer'.

ouvindo: mary's prayer - danny george wilson

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

sentir

parei de pensar e comecei a sentir...

como será que é gostar de uma pessoa exatamente como ela é?

eu nunca consegui fazer isso até hoje. mas estou apreciando aprender. não vou ficar colocando referências, raciocínios, técnicas. não dessa vez...

faz uns dias que não consigo pegar num livro. faz uns dias que ando buscando respostas no lugar onde eu devia ter procurado antes: dentro de mim.

estou gostando das respostas :)

ouvindo: calling all angels - lenny kravitz

domingo, 11 de setembro de 2011

instável

eu talvez seja apenas uma menina instável. mais instável ainda do que aqueles homens que arranjam três mulheres por mês e almoçam todo domingo com suas mães.

talvez eu aparente uma coisa bizarra e sem sentido, que pinta o cabelo a cada 15 dias e dá a bunda e recusa a bunda sem usar critério algum.

ou, pior... que, na prática, usa algum critério emocional instável e barato. mesmo com apostilas racionais à mão.

é possível que meu próximo passo seja arranjar algum joel ou leslie para incorporar um pouco de alicerce? incorporar estabilidade alheia pode ser mesmo uma coisa válida.

é foda, às vezes eu como e não sei se é porque estou com fome, porque é gostoso, porque estou com gula, ou simplesmente porque confundo com frio ou cansaço. quero dizer... eu acho que é exatamente esse tipo de situação que eu encontro com meus homens.

não é algo agradável de se enxergar. mas uma coisa é certa: joel gosta da clementine.

ouvindo: stay - u2

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

aniversário

um ano faz tanta diferença. o coração está mais endurecido, o diálogo está mais seco, as emoções estão mais refinadas e aparentemente frias... o linguajar está mais assertivo, a postura mais ereta, a paciência mais desenvolvida, os pontos fracos mais inabaláveis...

os gostos estão diferentes, as escolhas modificadas, as metas revisadas...

os homens são outros, as amigas as mesmas.

minhas roupas mudaram. minhas feições mudaram. eu mudei.

isso é aniversário de vinte e oito anos. criança, broto, jovem, ninfa, tia, o que for. várias definições, várias interações, vários pontos de vista. é o que dá cor à vida.

viver é correr o risco. é andar numa estrada escura com faróis que iluminam somente quatro metros à frente. em um ano eu aprendi a gostar dessa condição, também.

"old at heart. but I'm only 28... and i'm much too young to let love break my heart"

"you don't talk so loud, and you don't walk so proud... anymore. and what for?"

de repente, estranged nunca me pareceu tão apropriado!!

ouvindo: estranged - guns'n roses

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

jovem e simples

eu vejo um desenhista fodão em ação. seus traços são simples. poucos esboços e ele sabe exatamente o que está fazendo...

'leva-se muito tempo para ser jovem', disse pablo picasso. leva-se muito tempo para ser simples também. picasso, antes de ser simples, foi bastante complexo... (adoro ler mussak!).

penso que ser jovem e simples só é algo possível na inocência de uma criança crua ou na maturidade de um adulto lapidado. em qual ponta eu estou? em qual desses extremos eu estava quando recebi aquele elogio? quatro segundos depois de ouvir aquela frase e eu já havia concluído que não valia a pena esclarecer esta dúvida.

enxergar uma criança ou um adulto depende do ponto de vista do observador.

já está na hora de eu acabar com algumas falácias e atentar que não é todo adulto que vai me ver criança, não é toda criança que vai me ver adulta.

eu sou uma mulher adulta e quero um homem adulto que me enxergue como tal.

ouvindo: only you - yiruma

terça-feira, 30 de agosto de 2011

seus livros

hoje me indicaram querido john, o livro... vou furar a fila novamente... postergar carl jung, postergar rosamunde pilcher, eugenio mussak, leo buscaglia, melody beattie...

não é curioso ver as indicações de livros que ando recebendo de homens?

"quando quero compreender alguém rapidamente, só preciso olhar para os seus livros" (richard, novamente).

e se, além de olhar para seus livros, eu os ler...

ouvindo: esme's lullaby - carter burwell

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

criatividade

durante bastante tempo meu ego preocupou-se em saber se eu era uma pessoa criativa. foi quando eu me dei conta de que criatividade era apenas uma habilidade latente. e que não adianta nada ser criativo sem ser criador.

por isso o primeiro item da minha lista é criar.

um tal virgilio escreveu alguns belos itens que definem criatividade:
* a capacidade de produzir coisas novas e valiosas. ou arte.
* a capacidade de desestruturar a realidade e reestruturá-la de outras maneiras.
* a capacidade de unir 2 coisas que nunca haviam estado unidas e tirar daí uma 3ª coisa.
* uma capacidade inata que é bloqueada por influências culturais e ambientais.

unir duas coisas que nunca haviam estado unidas e tirar uma terceira coisa... sempre que me uno a alguém (em qualquer sentido), tira-se uma terceira coisa... não, não um bebê. uma idéia nova, uma revisão de crença ultrapassada, um sentimento, ou mera emoção. é, um dia vai ser um bebê. vai demorar.

puta merda virgilio, aí tem itens pra vários posts. acabei de postar três coisas em um dia. tô enjoada.

ouvindo: one song glory - rent

perfeição

a minha lista enxugada de valores inclui: criar, perfeição e impacto.

perfeição? coisa polêmica do caraio. mas há algo bem simples a respeito: o erro ao lidar com a perfeição é julgar e maltratar o que é imperfeito.

perfeição é uma obsessão ou uma acolhedora meta? ora, vamos lá, sabemos que o homem está fazendo o melhor que consegue. robert anthony fala a respeito disso naquele livro... e eu acho que faz sentido. e o aperfeiçoamento só vem com a prática. é necessário todo o processo.

sejamos maleáveis conosco e com os outros.

sêneca e outros caras falam sobre virtude, quando o assunto é perfeição humana: refrear os desejos (temperança), dominar o medo (coragem), tomar as decisões adequadas (prudência), dar a cada um o que lhe é devido (justiça).

estou pouco me fudendo em fazer justiça. não sou batman. quanto ao resto, estou fazendo o meu melhor.

ouvindo: betterman - robbie williams

lucidez

incrível como susan rabin nocauteia richard bach usando apenas um capítulo. um livro inteiro sobre almas-gêmeas, 510 páginas... e ela levou apenas quatro para tirar o leitor da nuvem de utopia e o fazer pisar em terra firme, de forma sensata, lógica e prática. como sempre.

steven carter não se surpreenderia ao ver o divórcio de leslie e bach. assim como eu também não me surpreendi. o amor romântico vai sendo substituído pelo amor realista, assim como as baterias de lítio. funcionam melhor, são mais leves e têm melhor qualidade.

eu sei, um relacionamento de vinte e três anos é algo bem real. mas eleger alguém como sua alma-gêmea é colocar responsabilidade demais em cima do outro.

eu sei que o excesso de realismo pode ser usado tanto para auto-proteção quanto para enxergar a beleza das cores reais sem lentes rosas. eu uso para ambos. manter a lucidez é uma questão vital pra mim.

querer estar no controle de tudo ainda vai foder com a minha vida... ou, pelo contrário, é o que vai me salvar.

ouvindo: everything - the juliana theory

sábado, 27 de agosto de 2011

sincronia

a minha intuição dizia pra eu prestar atenção no capítulo quarenta e sete. li toda aquela doidera sobre sair do corpo, até que a frase pulou que nem um sapo e eu peguei no ar.

'não é a idade, mas sim o fato de estarmos fora de sincronia'.

eu não estou em sincronia com ninguém. seja três anos mais novo, dezenove anos mais velho, seis anos mais velho, seis meses mais velho... é mais que idade. é mais qualitativo do que essa quantidade de números.

poderia ser muito animador agora, me dar conta de que a visita que espero bater na porta vem com idade indeterminada. mas é desanimador estar fora de sincronia com todo mundo. pessoas fora de sincronia seguem enxergando patos no espelho. ok, ver patos fortalece.

ouvindo: white night - ludovico einaudi

iktsuarpok

o mais curioso de ficar indo até a porta de casa para ver se a pessoa está chegando é... não saber quem, como, que horas. nem se vem mesmo. eu aposto que mais gente disfarça antes de fazê-lo...

ninguém quer ser tachado de neurótico. mesmo que sejamos um pouco.

'o que faria se a visse agora, caminhando pelo campo? num tolo impulso, sentindo um estranho calafrio na nuca, virei-me para olhar. o campo estava vazio' (há muitos tolos pelo mundo, não só richard).

quem diria que existe uma palavra em inuit para esse ato? iktsuarpok... ficar checando a porta... a porcaria da porta...

ouvindo: arise - e.s. posthumus

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

incorporar

ivan martins disse que a tal pessoa especial é 'a resposta às minhas ansiedades'.

pessoas diversas respondem à minha diversidade de ansiedades. frequentemente acabam apenas passando por aqui. me resta incorporar as respostas e então o que é interessante neles passa a ser em mim também. eu acabo não precisando me apaixonar por todas as pessoas interessantes que eu conheço... acontece o contrário, me apaixono por todo mundo.

o que vai acontecer quando eu resolver me fixar a uma pessoa especial? me deu uma pontinha de fobia agora. mas o mundo não precisa parar.

'se não estivéssemos mudando, um para o outro, ficaríamos entediados!' (richard falando pra leslie)

tudo começa a morrer na estagnação. incorporamos tudo o que podíamos um do outro. o que era interessante e o que não era. não sobrou nada. e agora minha mente anseia pelo novo. por crescimento.

não deixe de ser interessante, de ter ansiedades novas e de ter e não ter respostas, por favor. eu também vou fazer de tudo para isso não acontecer comigo. e então poderemos ficar bastante tempo juntos.

ouvindo: animação thought of you - ryan woodward (ela incorporou o sombreamento dele. ele incorporou a leveza de traços dela. e os dois estão prontos pra partir).

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

solitude

os homens têm necessidade de ir para suas cavernas, john gray? uma fatia seleta da mulherada também. essa pequena parcela busca solitude ocasionalmente. e para todas as outras mulheres que sentem solidão (mesmo acompanhadas)... meu palpite é que... não chegaram a aprender apreciar a própria companhia. que tal?

solitude tem tudo a ver com parar. parar com tudo à nossa volta. e sobrar só eu... e eu.

deixa eu conversar um pouco comigo mesma. deixa eu tomar distância pra enxergar a totalidade da obra. porque assim de perto está tudo embaçado.

kundtz falou que se só existissem notas e nenhuma pausa, haveria uma babel. o som não soaria como música, pois seria mais parecido com uma sirene. nota e pausa. harmoniosamente. a pausa é um silêncio tão harmonioso que dentro da melodia torna a canção muito bela.

é no repouso que as fibras musculares formam micro cicatrizes. o músculo cresce. sem repouso o que resta é a lesão. (eu tinha que comentar isso).

assim como o objetivo de parar é ir em frente, o objetivo da solidão é deixá-lo mais presente e receptivo quando você estiver com alguém (kundtz again).

ok, este não é o objetivo da minha solitude (não solidão, seu kundtz!!!), mas se eu aprender isso também, é outra coisa que saio ganhando. parece uma boa. pouco a perder. muito a ganhar.

ouvindo: não existe amor em sp - crioulo (homenagem à alex)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

leslie

ela é tão inteligente, tem o raciocínio tão rápido, é coerente e... tem medo de ser abandonada. legal essa coisa de ser um humano, não?

leslie, meu batman interior agora usa a lei da guilhotina (acabei de inventar), que consiste em decepar 'homens e possibilidades' que vêm com algum defeito como... fobia a compromissos. é frio, seco e calculista.

..... até encontrar o homem perfeito!

eu sei... ela correu o risco e teve um casamento bem sucedido por vinte e três anos. correr o risco... correr o risco... derrubar muralhas... me manter fiel às minhas regras... minha lista...

puta merda. meu richard interior está discutindo com minha leslie interior. puta saco heing? puta que pariu. minha cabeça tempesteia como se eu estivesse em março.

ouvindo: de onde vem a calma - los hermanos

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

in loco

acabei de ler a carta de leslie. como se reivindica a exclusividade de alguém que já está com a mochila nas costas? não se reivindica. por isso escreve-se uma carta (como qualquer coisa escrita, ninguém interrompe sua fala no meio), com explicações cuidadosas e detalhadas, e o problema todo está resolvido.

eu quase rio. eu sempre quase rio lendo coisas, mesmo que não sejam engraçadas. não, eu não sou tão idiota. é que... é aquela sensação de déjàvu sarcástica pra cacete. eu já estive lá também. já escrevi cartas e já fiz inúmeras analogias. e já as enviei para pseudos-richards. e já tive resposta pra tudo também, a là leslie.

ler, às vezes, é como folhear um álbum de fotografias nostálgicas...

eu aprendo muito in loco. de onde eu tive a idéia idiota de pular fora do laboratório, então? zona de conforto é uma merda mesmo... o medo da dor e do fracasso é uma merda maior ainda.

puxa aí uma cadeira. chegou mais um jogador.

ouvindo: goodbye - air supply

domingo, 21 de agosto de 2011

professor

ok, madre tereza... eu não amo por admiração mas, ainda assim, admirar é algo fodidamente intenso.

estar em uma aula de desenho é mais do que ter que arrumar um traço torto. o contato com um conhecedor de arte sutilmente esculpe minhas arestas e dá aos poucos, bela forma à minha noção de tudo o que o homem pode criar visualmente.

admiração por conhecimento, técnica, sensibilidade, experiência. eu costumo chamar de professor.

treino. em breve, vou reproduzir com as mãos tudo o que a minha mente criar. primeiro no lápis. depois nas cores e aí quem sabe, no grafite. que? ah, pincel? vamos ver se ele me convence nessa. pincel... haha.

ouvindo: kuvera - e. s. posthumus

medo

quem passa por aqui e me vê parada, ouvindo ludovico, não imagina a quantidade de programas e arquivos abertos rodando na minha área de trabalho mental neste momento.

estou pensando, sentindo e lendo, desde que acordei. depois de organizar um pouco as idéias, o que mais fica evidente neste momento é aquela palavra... medo. dizem que atos corajosos não são desprovidos de medo, e sim, de ação, apesar de tudo.

"ouse ser a pessoa dos seus sonhos", é a minha voz interior constante... e a pessoa dos meus sonhos é mais corajosa do que isso aqui que tenho sido. me dei conta disso hoje. não me envergonho por não ter sido ontem ou um mês atrás. é o que é... porra.

escudos são como excesso de assepsia quando se é bebê. na hora você não vê a merda que deu, só depois, quando vira uma criança alérgica. escudos pesados não te dão leveza na hora de lutar. anula a sua astúcia. vale a pena? começo a achar que não. correr o risco... ('não jogar' reduz o risco de ganhar a zero).

estão abertos agora os arquivos mentais "o amor é desapegado", "ame apenas, sem explicação" e "a paz é uma sensação boa, se você conseguir atingir". é mais gostoso do que fazer monografias. hehe. e a conclusão é melhor ainda.

não vou sair correndo. não mais. deixe as pessoas importantes passarem por aqui, deixe que permaneçam pelo tempo que o acaso determinar. é simples. de repente eu compreendo o que é desfrutar cada momento com tranquilidade. e agradecer a oportunidade de peregrinar por paisagens, lagos e mares que eu nunca tinha imaginado antes. e que são adoráveis.

ouvindo: zhivago - ludovico einaudi

sábado, 20 de agosto de 2011

temporário

acordei de madrugada e senti um cheiro de chuva, imediatamente parecia que eu estava em são thome das letras, dentro de uma barraca (a minha barraca! uma quechua t3 linda por sinal) com alguém que faz tempo que eu não lembrava... não com tantos detalhes... cheiro? lembrar de cheiro é foda... lembrar de são thome é foda.

é para pôr um ponto final de ouro na minha semana da melancolia. eu não vou me jogar da janela, no entanto essa dor é quieta, constante e real.

devo lembrar que tudo isso é temporário. "a verdade é que a solidão transforma" (dr kundtz).

o patinho feio quase congelou naquela porra de lago, naquele maldito inverno, sozinho. ele sobreviveu, virou cisne (haha, ele já era cisne, sua besta), achou a lagoa certa, está tudo bem agora.

tudo isso é temporário. ferramentas do presente para que se possa construir um futuro de qualidade.

ouvindo: fairytale - ludovico einaudi

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

nômade

quem em sã consciência vai gostar de uma japonesa de vinte e sete anos, tosca, que consegue forçar naturalidade com praticamente qualquer homem (susan rabin ensinou)... que sabe tão bem o que quer (chega a ser utópico e frio), que não tem paciência com qualquer sugestão de idéia fora das suas crenças ultrapassadas... que portanto se irrita facilmente... que então desiste e vai embora procurar outra lagoa...

quem vai querer uma louca que compra livros compulsivamente? que prefere conversar com autores que não respondem com grosseria... não respondem... não conflitam... não diretamente... (eles estão fora da minha realidade e do meu cotidiano)...

ver que eu não consigo aceitar algumas pessoas como são é como levar um soco na cara.

não importa de onde vem o soco e quem deu (talvez ninguém). o que importa é que é na minha cara. dói em mim essa porra.

fui eu quem escolheu essa vida de nômade né. sou eu quem arco com as consequências. sou eu quem fico olhando tudo sozinha, sob o vento, sobre os prédios, usando uma capa preta e conversando confortavelmente com meus próprios pensamentos. às vezes eu me sinto mais confortável com a máscara. às vezes? sempre.

ouvindo: love is a mystery - ludovico einaudi

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

blink 182

eu gosto de blink 182 porque não me lembra ninguém... é a banda que eu gosto... não é u2, não é caetano, nem tiririca... eu gosto porque a bateria do travis me dá vontade de correr... na esteira, ou sob o ar fresco... no asfalto... eu gosto do som limpo daquela bateria...

stay together for the kids... adam's song... stockholm syndrome... i'm lost without you...

são músicas adequadas para ouvir sozinha, são surpreendentes (que nem ver jim carey fazendo joel no brilho eterno... cadê o palhaço? quem diria q jim faz o introspectivo joel tão bem?).

eu ouço blink 182 e me sinto em casa.... opa... eu tô em casa memo! hahahah.

ouvindo: up all night - blink 182 (do album novo neighbourhood, pra setembro)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

odeio despedidas

causa maior.... estou focando na causa nobre pessoal maior....

eu odeio despedidas. vai ver que, por isso, costumo fazer com que elas sejam amargas. sei lá... de qualquer forma, o retrogosto nunca é amargo. é levemente doce... e nunca enjoativo. espero que assim seja, também, do outro lado.

o silêncio é evocativo... você nunca vai me esquecer... até agora não esqueci, hehe. esquecimento em um mês? só se fosse um alzheimer fodido e fulminante. rindo pra não chorar agora.

tenho 510 páginas de richard bach e caixinhas de halls azul para me lembrar dele. e U2. quanto tempo isso vai durar? não acho que lá do outro lado ele esteja tão empenhado assim em pensar em mim quanto eu estou em pensar nele. talvez o número 27 tenha sido marcante. não é muita coisa...

ah, sejamos práticos! a única coisa que eu posso dizer disso tudo é...

with or without you... i can't live... with or without you...

ouvindo: U2 - with or without you

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

sangue humano

o meu sangue de barata contém traços de sangue humano que não se vê a olho nu. hoje não está sendo um dia fácil... facilita um pouco ter a possibilidade de ficar na minha sem falar com ninguém. facilita sim.

por isso hoje eu comi menos (e tomei café pra caraio), daqui a pouco vou colocar um shorts e ir pra esteira com meu warkman... com um playlist diferente hoje... quem sabe.

o cansaço é mental. emocional. sei lá...

eu sei que amanhã isso passa mas hoje ainda é hoje né... eu sei que eu sou uma montanha russa mas a imagem do batman ainda está lá na tela do meu celular... tudo ao mesmo tempo agora. tá foda. pra caraio.

ouvindo: tiger lily - matchbox romance

sexta-feira, 29 de julho de 2011

síndrome do batman

eu não sou tão batman... não sou fria, determinada nem inexorável... por isso mesmo eu coloquei um skin no meu celulá com o homem morcego no alto do prédio olhando pra gotham city... sozinho... centrado em causas sociais nobres e mais importantes do que qualquer fraqueza pessoal que possa atrapalhar tudo isso (não estou sendo irônica não).

isso pra lembrar, toda vez que eu olhar para o meu celular, que apesar de o cara ser uma mera ilustração fictícia de ser humano, ainda assim existe a possibilidade de eu incorporar um pouco dessa auto-determinação, auto-controle, auto-etc... no meu caso... em prol de causas pessoais nobres.

síndrome do batman, eu chamo... não acontece sem querer, essa é uma síndrome penosamente adquirida.

um coração forte é formado através de micro-lesões das fibras musculares do miocárdio e etc... isso é... um coração forte precisou apanhar um pouco. thats ok. eu digo que com o tempo acostuma.

vamos lá, foco. vamos pensar a longo prazo, vamos pensar grande! eu sei que o destino do meu gps me mostra coisas que eu na minha imaturidade não tenho como ver... continuo cavando as coisas no fundo da minha intuição. como é mesmo a frase que eu criei? sintetiza bem tudo isso (pq então escrevi pra caraio agora? era só colar a frase e pronto).

"se vem do fundo do coração, não tem como dar errado. se deu errado é porque estamos sendo muito imediatistas".

ouvindo: one - u2

segunda-feira, 25 de julho de 2011

destino

you better love loving and you better behave... you better love loving and you better behave...

pra que serve listar uma porção de coisas que vão te nortear em relação a uma relação? características aparentemente tão triviais como "ter clareza do que quer pra vida"... o que é isso? digitar o endereço no gps e querer ir de helicóptero em linha reta?

não sou tão fria quanto o batman... ainda bem, acho. natasha kogan sugeriu ousar fazer desvios no meio do caminho... pra desviar é necessário ter o destino, senão não caracteriza desvio... né não?? mas eu digo o seguinte: nossa intuição (pelo menos a minha) é tosca, imatura e precária. minha intuição, meu superconsciente também (ô, que porra descobrir isso heing).

até ontem me agradavam os raparigos. hoje me agradam los hombres...

isso é um desvio temporário ou uma mudança de destino? (não achei outra palavra decente pra substituir destino então vou ficar usando pra caraio).

quer saber? disse raul...

"eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo... sobre o que é o amor, sobre o que eu nem sei quem sou"

que mal pode acontecer se eu deixar de ter o cu na mão? que mal pode acontecer se eu redefinir o destino (orra, de novo..) e ficar que nem cego em tiroteio por conta dessa nova perspectiva não-automática incomodante?

muda-se então o destino... mudam-se as rotas... mudam algumas estratégias... muda o comportamento... mudam os sentimentos... mudam as emoções...

ouvindo: woman in chains - tears for fears

quarta-feira, 13 de julho de 2011

lagoa errada

but i'm a creep... i'm a weirdo... what the hell am i doing here? i don't belong here.

estar na lagoa errada é dureza. é triste e é foda. mas descobrir isso é instigante. chega a ser gostoso... eu sei que visualizar um futuro distante (ou não tão distante, que seja) com excesso de otimismo é perigoso. mas de saber que existe uma lagoa certa, isso não é bom demais?

eu fico imaginando que tipo de iguais-a-mim vão haver neste adorável laguinho... penso e sonho com uma sensação que nunca tive, a paz que até agora não surgiu, o amor que só ouvi falar, o sentimento de pertença utópico até então.

principalmente o amor. quando eu souber o que é realmente isso vou rir de todos meus conceitos anteriores.

e a culpa? eu não vou ficar me sentindo mal por querer sair correndo de toda aquela gente estranha e meio boba... sim, estou sendo irônica. e daí? hahah.

chega de falar do laguinho perfeito. ainda estou saindo da lagoa errada, o que já está dando um trabalho danado!

ouvindo: forever young - alphaville

terça-feira, 5 de julho de 2011

será mesmo

processo de revisão de crenças (criado por mim mesma), hehehe. complete a frase e depois questione. mergulhe no caos produtivo. inicie a guerra. brainstorm. move on.

"quem é que disse que _____ ?? será mesmo??"

- quem é que disse que eu tenho que ser simpática com as pessoas que não conheço e passar uma imagem de que sou boazinha?? será mesmo??
- quem é que disse que eu tenho que arranjar um namorado mais novo, mais velho, mais rico, mais pobre, mais bem resolvido, mais perdido?? será mesmo??
- quem é que disse que eu gosto de gaijin?? será mesmo?? ai...
- quem é que disse que eu gosto de biólogos?? será mesmo??
- quem é que disse que eu não posso ser ocasionalmente ruim?? será mesmo??
- quem é que disse que é interessante ser normal e socialmente bem aceito?? será mesmo??
- quem é que disse que todo rico é filho da puta?? será mesmo?? quem é que disse que é falta de humildade eu querer ter abundância de recursos?? será mesmo?? i dont think so.
- quem é que disse que é necessário eu me desgastar tentando mostrar a um homem que eu sou uma gracinha?? será mesmo??
- quem é que disse que eu não posso passar a gostar de azul mais do que gosto de rosa?? será mesmo?? uhm.
- quem é que disse que aquilo era um bom relacionamento?? será mesmo??
- quem é que disse que a opinião de toda aquela gente importa?? será mesmo??
- quem é que disse que eu sei o que é um homem bom pra mim?? será mesmo?? eu não acho que sei, ainda não vi nada parecido com isso. mas já faço idéia de como isso seja.
- quem é que disse que eu não vou gostar de ter desviado meu caminho?? será mesmo??
- quem é que disse que vou acabar postergando tanto tempo os meus sonhos?? será mesmo??

ouvindo: svanire - ludovico einaudi

segunda-feira, 4 de julho de 2011

crenças

quando saímos do automático passamos a prestar muito mais atenção em tudo. estou tentando criar o hábito de rever crenças... pequenas, grandes, óbvias, não tão óbvias. é um tonel de sensações... desconforto, surpresa, irritação, desgosto, admiração, insegurança, liberdade, paixão, alegria, tristeza, paz, desapego, desapego de novo, novidade, admiração, nojo, admiração de novo, novidade, novidade.

é assustador enxergarmos coisas que não conseguíamos... é triste e decepcionante, por um lado. é interessante e apaixonante, por outro... heheheh. enxergar pessoas, principalmente.

descobri que eu já não sou quem eu era (e eu gosto muito mais de mim agora). descobri que a antena da minha intuição funciona, eu é que estava me recusando a usar.

entendi que algumas pessoas me machucam por imaturidade ou falta de preparo, nem sempre por maldade. ainda assim, é inevitável a sensação de vontade de gorfar (não é exagero).

percebi gente que antes era só alguém bonzinho, agora é simplesmente encantador.

eu ainda não estou em paz. mas agora eu sei muito bem que estou caminhando para isso.

ouvindo: nuvole bianche - ludovico einaudi

terça-feira, 21 de junho de 2011

ruim

eu sempre quis uma boa desculpa para virar uma pessoa ruim, mesmo que temporariamente. mas se eu realmente fosse ruim de verdade não precisaria me justificar com uma desculpa! uhm....

quem sabe parcialmente então... mais do que isso eu não consigo... ainda.

pior do que usar a mentira para propagar malvadeza, é fazer isso usando a sinceridade.

pior do que não ter dó de ninguém é justamente.... ter dó de alguém.

pior do que chatear alguém sem querer é chatear alguém... querendo.

pior do que a ruindade geral e impessoal é a ruindade específica.

e por aí vai.... uhm.... estou aprimorando.

ouvindo: perfeição - legião urbana

domingo, 19 de junho de 2011

hostil

... de onde vem a calma daquele cara, ele não sabe ser melhor, viu...

deve ser a minha amargura cada vez maior que acaba exigindo que eu coma tantos doces... e o meu destino então é ser uma pessoa amarga e gorda. porreta viu.

... eu não vou mudar não, eu vou ficar são, mesmo que for só... não vou ceder.

queira ou não, atualmente estou julgando muito o meu 'excesso' de cordialidade e simpatia do meu passado negro. não que a receptividade seja ruim, mas e as consequências?

... é o mundo que anda hostil... o mundo todo é hostil.

quem voa alto não pode ter medo da queda, caso ela aconteça. e aí... tem gente que adquire estresse pós traumático. tem gente que, todo engessado, já está no ar de novo. eu ainda estou no chão.

de onde vem o jeito tão sem defeito que esse rapaz consegue fingir?

já não sou a mesma pessoa... e como pode alguém mudar tanto? coisa esquisita, ou você não está sendo autêntica ou então..... interrompendo. eu estou muito autêntica. agora. antes é que eu não era.

ouvindo: de onde vem a calma - los hermanos (com frases soltas durante o post)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

de barata

eu sempre soube que havia algo maior do que isso aqui.

apesar de prosseguir com nítida amargura, apesar do preço caro que isso me custou, o aprendizado veio com a mesma intensidade. da próxima vez que eu for doar sangue, mencionarei que o meu tipo é o... de barata. e não se deixe enganar pela minha aparente frieza, eu já fui sim uma pessoa de coração morno e macio. mas ser assim dura hoje não é por pura malvadeza. é simplesmente uma questão de prevenção de catástrofes. para mim e, principalmente, para os outros.

eu estou sendo responsável. dessa vez, minha concepção de responsabilidade mudou... e aumentou.

quem me conhecia vai me estranhar. quem não gostar vai me abandonar. e quem gostar vai ficar. essa porra rimou.

minha superconsciência está conversando mais comigo ultimamente... já que passamos muito tempo a sós.

já chegou a hora de eu parar de julgar pessoas e heróis que simplesmente fazem 'a coisa certa'. estranhamente, isso dá uma paz de espírito inexplicável.

ouvindo: free bird - lynard skynard

domingo, 29 de maio de 2011

opraaaah

"Se um homem quer você, nada pode mantê-lo longe;
Se ele não te quer, nada pode fazê-lo ficar.
Pare de dar desculpas (de arranjar justificativas) para um homem e seu comportamento.
Permita que sua intuição (ou espírito) te proteja das mágoas.
Pare de tentar se modificar para uma relação que não tem que acontecer.
Mais devagar é melhor. Nunca dedique sua vida a um homem antes que você encontre um que realmente te faz feliz.
Se uma relação terminar porque o homem não te tratou como você merecia,”foda-se, mande pro inferno, esquece!”, vocês não podem “ser amigos”. Um amigo não destrataria outro amigo.
Não conserte.
Se você sente que ele está te enrolando, provavelmente é porque ele está mesmo. Não continue (a relação) porque você acha que “ele vai melhorar”.
Você vai se chatear daqui um ano por continuar a relação quando as coisas ainda não estiverem melhores.
A única pessoa que você pode controlar em uma relação é você mesma.
Evite homens que têm um monte de filhos, e de um monte de mulheres diferentes. Ele não casou com elas quando elas ficaram grávidas, então, porque ele te trataria diferente?
Sempre tenha seu próprio círculo de amizade, separadamente do dele.
Coloque limites no modo como um homem te trata. Se algo te irritar,faça um escândalo.
Nunca deixe um homem saber de tudo. Mais tarde ele usará isso contra você.
Você não pode mudar o comportamento de um homem. A mudança vem de dentro.
Nunca o deixe sentir que ele é mais importante que você… mesmo se ele tiver um maior grau de escolaridade ou um emprego melhor.
Não o torne um semi-deus.
Ele é um homem, nada além ou aquém disso.
Nunca deixe um homem definir quem você é.
Nunca pegue o homem de alguém emprestado.
Se ele traiu alguém com você, ele te trairá.
Um homem vai te tratar do jeito que você permita que ele te trate. Todos os homens NÃO são cachorros.
Você não deve ser a única a fazer tudo…compromisso é uma via de mão dupla.
Você precisa de tempo para se cuidar entre as relações. Não há nada precioso quanto viajar. Veja as suas questões antes de um novo relacionamento.
Você nunca deve olhar para alguém sentindo que a pessoa irá te completar.
Uma relação consiste de dois indivíduos completos,procure alguém que irá te complementar… não suplementar.
Namorar é bacana. mesmo se ele não for o esperado Sr. Correto.
Faça-o sentir falta de você algumas vezes… quando um homem sempre sabe que você está lá, e que você está sempre disponível para ele, ele se acha…
Nunca se mude para a casa da mãe dele. Nunca seja cúmplice (ou co-assine qualquer documento) de um homem.
Não se comprometa completamente com um homem que não te dá tudo oque você precisa. Mantenha-o em seu radar, mas conheça outros…
Compartilhe isso com outras mulheres e homens (de modo que eles saibam). Você fará alguém sorrir, outros repensarem sobre as escolhas, e outras mulheres se prepararem.
O medo de ficar sozinha faz que várias mulheres permaneçam em relações que são abusivas e lesivas:
Você deve saber que você é a melhor coisa que pode acontecer para alguém e se um homem te destrata, é ele que vai perder uma coisa boa.
Se ele ficou atraído por você à primeira vista, saiba que ele não foi o único.
Todos eles estão te olhando, então você tem várias opções.Faça a escolha certa!"

opraaaaah

ouvindo: groundation chant - groundation

cavando

todo domingo eu cavo um pouco mais fundo. eu não sei se estou fazendo a coisa certa, só sei que é a única coisa que eu consigo fazer. eu fico aqui no ócio criativo (ou analítico) da porra, tentando entender a complexidade de uma coisa que só está me fazendo mal.

eu por dentro, fico xingando meus amigos por não me tirarem desse poço, quando na verdade sei que tenho que resolver todo esse pepino sozinha com a minha própria energia.

talvez fizesse bem eu despirocar, mas eu só ando conseguindo despirocar dentro da minha pequena zona de conforto. o que é a mesma coisa que nada. por isso, é bem compreensível que dois anos atrás eu saísse com gente que bebia pra caramba, fumava e ainda me arranjava umas coisas pra fazer, assim, de última hora :)

não era meu, não era adequado, muito menos perfeito. mas era o que eu precisava naquela hora. (ah, e ele era do sexo masculino, detalhe importante).

desta vez vai ser difícil arranjar algo ou alguém que confira esse grau de leveza... estou cavando, afundando, carregando mochilas com um monte de pedras. estou desenvolvendo um casco tão duro que... mesmo fazendo todo o esforço do mundo para entender e melhorar, sinceramente, eu sinto que só estou afundando.

ouvindo: for martha - smashing pumpkins

quinta-feira, 26 de maio de 2011

meu quarto

é, eu sei que falta muito para eu chegar no final dessa estrada. mais parece uma trilha isso aqui. eu começo essa porra de viagem como koré e chego no meu destino como perséfone. não refresca muita coisa, já que a única diferença entre uma e outra é... eu obedeço deméter. depois eu obedeço deméter e hades. no fim das contas eu sempre estou na mão de alguém, só estou me fodendo.

será que não existe outro lugar que não seja terra nem inferno? algum lugar neutro... ou melhor... algum lugar meu né... nem da minha 'mãe' nem do meu 'marido'... o céu..? hahaha!! magina.... eu no céu... não é meu lugar também, me expulsariam de lá em dois minutos...

deve haver uma porra de lugar para mim...

o meu quarto.

estou me tornando semi-autista. com os olhos secos. de tanto ler. com os olhos molhados. de tanto chorar. com a cabeça doída. de tanto pensar. com a cabeça pesada. de tanto 'notebookear'. as crianças crescem quando estão dormindo, paradas (diz a fisiologia). eu cresço quando estou parada também. que nem agora. falta muito ainda? falta muito? heing, heing? porque eu achei que eu nem tinha tanto mais pra crescer.... me enganei?

ouvindo: tá bom - los hermanos

terça-feira, 24 de maio de 2011

homem humano

resolvi ouvir alguma coisa que combina mais comigo...

"so let me on down... cause time has made me strong, i'm starting to move on
i'm gonna say this now... your chance has come and gone."

bom, eu ainda não tive tempo o suficiente, o tempo ainda não me deixou forte, eu não tô mto starting to move on... e ele ainda não voltou pra eu poder falar que your chance has come and gone. eu não acredito que vá voltar. tomara que morra.

meu próximo namorado não vai ser narcisista nem vai ter sangue de barata, vai me amar de verdade e vai me fazer bem.

eu tenho que parar de ser ingênua e prestar mais atenção quando algumas pessoas falam muito e fazem pouco. ou quando uma coisa discorda da outra. eu sei, estou com muita raiva. eu tinha vergonha de sentir algo ruim em relação a ele, mas todo mundo me diz que ele é um bunda. não acho que estou ficando louca das idéias.

não quero ser tratada como um projeto ou um mestrado, que você pode ir lá e trancar a matrícula para fazer outras coisas. 'a coisa certa a se fazer'.... tudo bem, mas nós humanos não somos robôs nem super heróis. eu, pelo menos, não estou procurando um super herói apático sem sentimentos para ser meu marido. quero um homem humano.

ouvindo: too little, too late - jojo

sábado, 21 de maio de 2011

dont

hoje eu atingi o meu limite de esgotamento. dont meet me in montauk, é o nome desse blog. e agora consigo me lembrar por quê.

eu que sempre fui forte, sempre usei com orgulho minha lustrosa armadura, há dois meses levei uma espada na frestinha. depois de tanto ver prateado brilhante, de repente vi um vermelho escuro altamente assustador.

esse perder sangue deixa a gente com frio, uma espécie de hipotermia estranha... incomoda, justamente porque não melhora de jeito nenhum.

como diz guilherme, 'não estou bem certo se ainda vou sorrir sem um travo de amargura'.

eu bem que tentei sair dessa com minha saúde e sanidade inteiras. não deu.

estar sozinha é desesperador. mesmo que no meu caso, estar acompanhada frequentemente signifique carregar os outros, andar sozinha sem essas mochilas consegue ser mais desesperador ainda. estou vazia, estou passando por uma abstinência triste e amarga. estou procurando gente pra carregar, estou precisando de gente pra me carregar, e eu nunca aprendi como pedir isso.

o nervo optico dos meus olhos estão desmielinizados... o canal lacrimal, porém, anda trabalhando mais do que deveria. e mais do que eu consigo aguentar.

ouvindo: permanent - david cook

sexta-feira, 13 de maio de 2011

goodbye

eu compreendo.

e até me orgulho da velocidade com que consigo compreender e curar algo tão complexo.

i can see the pain living in your eyes, and I know how hard you try
you deserve to have so much more
i can feel your heart and i sympathize, and I'll never criticize
all you've ever meant to my life

i don't want to let you down, i don't want to lead you on
I don't want to hold you back from where you might belong

you would never ask me why, my heart is so disguised
i just can't live a lie anymore
i would rather hurt myself than to ever make you cry
there's nothing left to say but goodbye

you deserve the chance at the kind of love i'm not sure i'm worthy of
losing you is painful to me

i don't want to let you down, i don't want to lead you on
I don't want to hold you back from where you might belong

you would never ask me why, my heart is so disguised
i just can't live a lie anymore
i would rather hurt myself than to ever make you cry
there's nothing left to say but goodbye

you would never ask me why, my heart is so disguised
i just can't live a lie anymore
i would rather hurt myself than to ever make you cry
there's nothing left to try, though it's gonna hurt us both
there's no other way than to say goodbye

ouvindo: goodbye - air supply

terça-feira, 10 de maio de 2011

comigo mesma

me colocou num quarto desses para loucos, forrados de espuma fofinha... sozinha... com a minha própria companhia... e quando eu percebi, comecei a me debater que nem um peixe, loucamente, idiotamente, doida para sair daquele lugar terrível e fofinho, porque eu não suporto a idéia de permanecer comigo mesma durante um longo período de tempo...

por que diabos eu não consigo ficar sozinha com a minha própria companhia?

mas o que aconteceu... o que aconteceu foi que dessa vez eu aceitei ficar sozinha no quartinho... comendo livros... escrevendo... refletindo, tomando café e comendo chocolate... enfim.

dessa vez eu quis ficar sozinha porque eu tenho que resolver isso aqui. e principalmente porque eu quero resolver isso. chega, já está na hora de olhar pro meu próprio umbigo gordo e me dar conta das merdas que penso e faço... parar de tentar consertar os outros e consertar a mim mesma.

e é fácil se dar conta disso? não é. mas é muito necessário.

no fundo eu estou gostando sim, porque estou descobrindo que minha companhia é muito boa, hehe. apesar das minhas merdas... e é tudo coisa que eu consigo consertá. e vou.

ouvindo: babylom rule dem - groundation

quarta-feira, 4 de maio de 2011

sozinha

eu bem que tentei. não consegui. bem que tentei não ter raiva dele... tentei compreender que abandonar alguém é amor verdadeiro... não consegui.

eu fiquei mais de um mês tentando segurar isso aqui, hoje não deu mais.

desisti. estou fazendo uma limpeza na minha cabeça e no meu coração, principalmente. resolvi jogar fora toda essa tranqueira que ele deixou antes de ir embora. resolvi abrir espaço para coisas novas, pessoas novas e amores novos.

não é mais questão de esperar ou não. é questão de não fazer sentido.

e eu preciso de alguém que não saia correndo toda vez que precisar resolver um problema, dizendo que é pra eu seguir com a minha vida. não quero um cara que me deixa sozinha de repente.

percebi que eu me sinto sozinha com ele.

e me dei conta que o melhor a fazer é me sentir sozinha sem ele. e abrir espaço para encontrar um cara que não faça eu me sentir sozinha. esse cara existe, eu sei.

estou triste sim, não vou negar. mas estou satisfeita em ter chegado a alguma conclusão disso tudo.

ouvindo: long, long ago - groundation

quinta-feira, 28 de abril de 2011

melhor amigo

a pior solidão é aquela que acontece quando você está junto com alguém. o primeiro ítem da minha lista de características-importantes-num-cara é... 'ser meu melhor amigo'.

ser meu melhor amigo... é tão difícil assim?

quando o cara que eu achava que era meu melhor amigo deixa de me procurar... quando eu o procuro, ele me pergunta se eu estou bem e esquece de prestar atenção na resposta... então acho que ele não é o meu melhor amigo.

eu fico imaginando se existe algum lugar melhor nesse mundo, um lugar que eu nunca imaginei porque nunca vi nada parecido. fico pensando se o meu melhor amigo vai ser melhor que isso que eu acabei de relatar... se ele está em outro lugar e eu só precisava encontrá-lo...

fico pensando em tantas coisas... fico sentindo que algo ainda não está bom, ainda não está no lugar... ainda está incomodando... e não me conformo. não é possível que este cara seja o melhor cara do mundo para mim. porque ele ainda faz eu me sentir triste.

vou continuar tentando reconhecer o meu melhor amigo.

ouvindo: epiphany - staind

terça-feira, 26 de abril de 2011

ebulição

minha terapeuta me diz que eu sou uma panela de pressão em ebulição.... com muito potencial... mas que está quase explodindo. ou alguma coisa desse tipo.

eu estou mesmo. e eu preciso canalizar isso pra alguma coisa que preste.

não que eu estava canalizando isso pra coisas inúteis... eu adoro me dedicar às pessoas que amo... ou à pessoa que amo.... enfim... mas não é o suficiente pra mim. não pra mim.

estou bastante decidida à mergulhar de cabeça em arte... afinal, arte é a forma criativa de expressão da porra do sentimento humano... seja ele agradável ou desagradável... criatividade eu tenho, na minha opinião...

... a porra do sentimento desagradável (ops, e agradável também) eu tenho.

só tá faltando criar... efetivamente.

essa semana mesmo eu vou me matricular na bagaça da aula de desenho... vou desenvolver tendinite... vou ficar vesga... vou comer grafite pra porra.

tocar violão já não me excita como antes. tocar eu gosto mas estou ciente de que não tenho o dom. quem sabe escrever... só não sei como escrever sem usar a bosta de um palavrão. vou compor para o massacration...

mas música continua a ser meu combustível, hehe...

ouvindo: everything - the juliana theory ("loooooove iiiiiis everythiiiiiiing"... continua sendo sim)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

cagada e caída

cutucar cadáver morto... é esse o tema de hoje... isso que têm me acontecido, isso que tem acontecido com a hee jin... e eu não sei como nem quando isso aconteceu, mas viramos cachorros molhados tentando salvar outros cachorros molhados e mortos.

pensando bem, enfermagem e terapia ocupacional combina com 'vamos tentar salvar e a esperança é a última que morre'.... sinto muito, já morreu tudo, a esperança, inclusive.

acredito mesmo que algumas pessoas devem olhar pra mim com pena e pensar 'como essa menina foi ficar assim toda cagada e caída no chão?'

é que eu doei todo meu papel higiênico para pessoas que não valiam a pena e doei também meus fêmurs... e fiquei toda desossada. eu sou idiota, assim que eu conseguir levantar e me lavar, vou ter aprendido essa lição. por enquanto estou deitada na minha própria bosta.

não pretendo reivindicar todo aquele papel higiênico, eu dei porque quis.

o preço do aprendizado é caro. eu estou pagando em pesadas prestações essa porra.

no futuro serei mais cuzona, aquela que nega papel aos cagados. aliás, aquela que nem chega perto dos cagados... aquela que só anda com gente que possui o próprio papel. aquela que sabe tomar conta do próprio pacote de rolos.

ouvindo: losing a whole year - third eye blind (ironicamente apropriado)

sábado, 23 de abril de 2011

fundo do poço

é incrível como somos vulneráveis às pessoas que gostamos...

o mais incrível ainda é a capacidade que ele tem de me machucar mesmo sem querer. psicólogos diriam 'ninguém está te ferindo, você sofre por escolha'. claro.... eu sei.

mesmo assim, eu compreendo que é o melhor que ele está conseguindo fazer... e retomo a paciência de um monge... e me sinto cansada e triste, mas está tudo bem quanto a isso.

'não me espere mas eu te amo'.

eu não tenho maturidade nem inteligência suficiente pra lidar com isso. me sinto uma criança pelada. um cachorro sem patas. talvez eu até sinta vontade de vomitar.

estou fazendo tudo o que posso pra ser alguém melhor, mas desconfio que devagar estou indo para o fundo do poço.

ouvindo: a love that will never grow old - emmylou harris

sábado, 16 de abril de 2011

levantar

estou me sentindo leve. fico feliz em saber que é normal demorar um pouco pra se dar conta de certas coisas...

depois de levar alguns tabefes e continuar no chão, já tava na hora de levantar, tomar um banho e trocar de roupa. e passar um perfuminho.

eu já tava me esquecendo de algo relacionado a valor próprio.... isso é grave.

não é culpa de ninguém, eu que estava fazendo tudo errado. precisei de um mês, dois livros, 27 anos, várias conversas e quatro sessões de terapia pra me dar conta disso.

eu espero que isso aqui tenha sido apenas um início para algo muito melhor.

ouvindo: so blind - groundation (tô aderindo ao reggae sim)

quarta-feira, 13 de abril de 2011

monte de tinta

de repente sentei aqui no computador e me senti cansada.

cansada de me esforçar tanto pra arrumar esta tela cheia de camadas de tinta, pesada, zuada, carregada... me deu vontade de jogar o quadro fora e pegar uma tela em branco, novinha, leve, branca, lisinha.

isso pra mim não é novidade, visto que, essa é uma atitude bem minha. há anos.

coisa de gente fraca? coisa de quem não finaliza o que começou? coisa de gente forte? que desapega sem sofrer e tem mais chances de sobreviver? ainda não sei. escudo emocional ou calejamento? puta que pariu, não sei. escolhas não são fáceis como eu imaginava que seriam.

não vou negar a minha vontade de deixar este quadro de lado. vou fazer o seguinte, vou guardá-lo na garagem, em um lugar que eu esqueça que ele existe. ainda não posso mandar pro lixo. mas não tenho mais energias e ânimo pra ficar olhando pra esse monte de tinta. quem sabe daqui um tempo eu consiga olhar pra essa tela sob outra perspectiva. meus olhos estão tão acostumados que não consigo enxergar mais nada agora. deixa eu descansar.

deixa eu me sentir mais renovada. depois eu resolvo o que fazer. não hoje. não amanhã...

ouvindo: you can profit - groundation

domingo, 10 de abril de 2011

vai crescer?

a verdade é que eu ainda estou no primeiro andar... ele ainda está em um dos lugares mais profundos e escondidos do porão... eu ainda estou com esperanças de que o bolo cresça em dois minutos... e o bolo vai crescer em muito mais minutos que isso... (se é que vai crescer?)

é duro cair a ficha.

eu não posso negar... mesmo vendo a merda da situação, ter consciência do que está realmente acontecendo ainda é melhor do que ficar que nem cego no tiroteio...

mas agora eu estou me dando conta dos quilômetros de distância que existem entre falar e fazer... prometer e cumprir... falar o que pensa e falar o que realmente pensa.

não estou julgando ninguém, não... apenas dei uma desanimada.

ouvindo: mmm mmm mmm mmm- crash test dummies

sábado, 9 de abril de 2011

sinceridade

a chuva está diminuindo, o céu está abrindo e as ondas já começam a diminuir.

já consigo sentir os efeitos da sinceridade no meu estilo de vida. não, nunca fui de inventar mentiras mirabolantes. o que estava faltando era a sinceridade comigo mesma. eu parar de me enganar. e eu sou uma das pessoas mais experientes em esquiva que conheço. anyway.

ocasionalmente me pego pensando na possibilidade de estar com alguém do terceiro andar... pergunte à iyanla vanzant se você não entendeu nada, hehe...

é só algo que eu estava pensando alto... deixa quieto... por enquanto.

ouvindo: red is blue - ben folds five

quinta-feira, 7 de abril de 2011

evoluir

tudo ao mesmo tempo agora. sem escudos, ver o pessoal cheio de sangue na porta do colégio me dá enjôo... ver a merda que está o japão também. qualquer coisa me incomoda. e muito.

muito café. muita leitura. muita informação. muita assimilação muito rápido.

ocasionalmente me pergunto se era melhor manter-me constantemente na ignorância. se vale a pena. a cada dia que passa, vejo o quanto falta para eu evoluir... física, mental, espiritual e emocionalmente. a minha ansiedade não permite curtir o processo. eu quero que o bolo cresça em dois minutos... mas eu sei que leva mais ou menos meia hora... ou mais.

não, não vale a pena. a ignorância. eu prefiro morrer amanhã e ter tido esses enjôos do que não ter sentido nada. prefiro ter chorado um mês e rido um dia do que não ter feito nenhuma dessas coisas.

ainda acho que viver como ser humano vale a pena, com toda essa bosta, toda essa emoção, toda essa dor e agonia. toda essa alegria também...

hoje o dia está sendo difícil... a semana... o mês... mas eu sei que sou forte enough.

minha intuição (olha só, eu tenho!) diz que vai valer a pena tudo isso. está tudo bem.

ouvindo: just the way you are - boyce avenue (que bosta, pq só ouço isso?)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

metáforas ridículas

não pensei em nada pra escrever aqui... eu estou ciente da forma precária de pensar quando eu resolvo quase não comer... é precário mas está funcionando pra acalmar a mente... at least i feel im alive... anyway...

por muitas vezes eu quis usar o escudo da raiva, como sempre faço e sempre me protejo (do que, da dor?)... mas eu que dessa vez resolvi largar o escudo e a bosta do bombardeio está me atacando sem trégua... que caralho.

depois que o bombardeio arrancar meus braços e pernas vou usar o que? cabeçada? puta que pariu.

amigos mais evoluídos que eu (ou amigo) resolve me convencer a não pegar o escudo e me dá um endereço de uma farmácia boa pra comprar um anti-ácido pra me borifar inteira. essa farmácia é longe, é de difícil acesso, o medicamento não se compra com dinheiro e eu estou exausta.

e estou usando metáforas ridículas, de madrugada, com sono, alcool na pança (e no sangue), tabaco nos pulmões (e no sangue), com a maior cara de bunda por estar escrevendo isso publicamente.

deixa pra lá. vou deitar e amanhã é outro dia. vou deitar do lado do escudo, por precaução.

em vez do escudo, vou pegar o ursinho-de-pelúcia-da-compaixão, lembrando dos meus amigos que me querem bem. e quem sabe eu durma por estar com algo macio.

metáforas ridículas, sono, cansaço. boa noite.

ouvindo: just the way you are - boyce avenue

terça-feira, 5 de abril de 2011

procurando sentido

café, cigarros, livro, caderno, caneta, silêncio. duas horas queimando neurônios. procurando sentido... pra que? pra vida, oras. todo mundo tem medo de parar. altamente compreensível... todo mundo tem medo de estar sozinho. eu não. não hoje... amanhã estarei em boa companhia, mas hoje eu preciso disso.

eu sempre fui boa em organização, então por que não parar e organizar as idéias? estou no lugar certo, na hora certa. no fundo (bem fundo), estou em paz.

duas horas... tantos resultados. tantas conclusões. estou aliviada. apesar de ser apenas o começo.

cedo demais pra revelar.

o incômodo é necessário e me empurra pra frente. e eu só tenho a agradecer.

lendo: amor verdadeiro - paddy s. welles
ouvindo: just the way you are - bruno mars (na versão de boyce avenue)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

sentir nada

fico me perguntando que tipo de beleza existe na apatia...

este pode ser um ápice do esgotamento... um retiro aliviante rumo à futilidade... nem que seja temporário...

me dá um tapa na cara que eu não vou sentir nada. me mostra um doce pra você ver o quanto eu vou querer comer... leva esse doce embora.

eu que estava buscando um preenchimento de amor verdadeiro, de repente senti qual o gosto do nada em todas as coisas, as pequenas coisas inclusive, e todas elas. e gostei. o nada e o vazio são diferentes, mas muito parecidos. ontem o vazio, hoje o nada. a diferença é que o vazio chama, como um buraco negro, sugando desesperadamente tudo o que há em volta.

o nada não chama nada.

ele é como um carro quando acaba a gasolina, não adianta pisar lá que não vai fazer combustão.

o nada é morno, inodoro, insípido, incolor... não me incomoda, não me afeta, não me dói, não me alegra, não faz nada. simplesmente nada.

ouvindo: miss you love - silverchair

domingo, 3 de abril de 2011

lugar vazio

agora as caixas de som estão sempre ligadas, como se isso pudesse preencher este lugar vazio. a música tem algum poder de gerar calor, mas não a este ponto. o que me consola é poder controlar essa playlist, extensa e cheia de pesar. aumentar o som não alivia, mesmo assim eu aumento.

pela primeira vez estou permitindo sentir o vazio sem medo. já estava na hora de encarar o bicho de frente, visto que, fugir do bicho não vai fazer ele desaparecer. eu não sabia como o vazio podia queimar a barriga, literalmente, e a sensação é fria, amarga e muda.

eu que estava correndo a 100km por hora, resolvi parar para olhar em volta. uma voz interior falou 'tá tudo errado, olha pra dentro', e me dei conta que eu nem sabia fazer isso. de repente, tenho que realizar todas essas tarefas extras que me foram delegadas, pelo acaso, e nem recebi bonificação por isso. mentira. a bonificação vem mais tarde, não falei com o chefe mas eu sei que vem.

amanhã estarei mais habilidosa para gerenciar tais lugares vazios.

o frio não vai me incomodar mais, nem o vento, a chuva... eu respiro fundo, tomo os cuidados necessários com a hipotermia, respiro fundo de novo.

eu só espero, no fim disso tudo, voltar à minha temperatura normal.

ouvindo: meu mundo e nada mais - guilherme arantes