quinta-feira, 28 de abril de 2011

melhor amigo

a pior solidão é aquela que acontece quando você está junto com alguém. o primeiro ítem da minha lista de características-importantes-num-cara é... 'ser meu melhor amigo'.

ser meu melhor amigo... é tão difícil assim?

quando o cara que eu achava que era meu melhor amigo deixa de me procurar... quando eu o procuro, ele me pergunta se eu estou bem e esquece de prestar atenção na resposta... então acho que ele não é o meu melhor amigo.

eu fico imaginando se existe algum lugar melhor nesse mundo, um lugar que eu nunca imaginei porque nunca vi nada parecido. fico pensando se o meu melhor amigo vai ser melhor que isso que eu acabei de relatar... se ele está em outro lugar e eu só precisava encontrá-lo...

fico pensando em tantas coisas... fico sentindo que algo ainda não está bom, ainda não está no lugar... ainda está incomodando... e não me conformo. não é possível que este cara seja o melhor cara do mundo para mim. porque ele ainda faz eu me sentir triste.

vou continuar tentando reconhecer o meu melhor amigo.

ouvindo: epiphany - staind

terça-feira, 26 de abril de 2011

ebulição

minha terapeuta me diz que eu sou uma panela de pressão em ebulição.... com muito potencial... mas que está quase explodindo. ou alguma coisa desse tipo.

eu estou mesmo. e eu preciso canalizar isso pra alguma coisa que preste.

não que eu estava canalizando isso pra coisas inúteis... eu adoro me dedicar às pessoas que amo... ou à pessoa que amo.... enfim... mas não é o suficiente pra mim. não pra mim.

estou bastante decidida à mergulhar de cabeça em arte... afinal, arte é a forma criativa de expressão da porra do sentimento humano... seja ele agradável ou desagradável... criatividade eu tenho, na minha opinião...

... a porra do sentimento desagradável (ops, e agradável também) eu tenho.

só tá faltando criar... efetivamente.

essa semana mesmo eu vou me matricular na bagaça da aula de desenho... vou desenvolver tendinite... vou ficar vesga... vou comer grafite pra porra.

tocar violão já não me excita como antes. tocar eu gosto mas estou ciente de que não tenho o dom. quem sabe escrever... só não sei como escrever sem usar a bosta de um palavrão. vou compor para o massacration...

mas música continua a ser meu combustível, hehe...

ouvindo: everything - the juliana theory ("loooooove iiiiiis everythiiiiiiing"... continua sendo sim)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

cagada e caída

cutucar cadáver morto... é esse o tema de hoje... isso que têm me acontecido, isso que tem acontecido com a hee jin... e eu não sei como nem quando isso aconteceu, mas viramos cachorros molhados tentando salvar outros cachorros molhados e mortos.

pensando bem, enfermagem e terapia ocupacional combina com 'vamos tentar salvar e a esperança é a última que morre'.... sinto muito, já morreu tudo, a esperança, inclusive.

acredito mesmo que algumas pessoas devem olhar pra mim com pena e pensar 'como essa menina foi ficar assim toda cagada e caída no chão?'

é que eu doei todo meu papel higiênico para pessoas que não valiam a pena e doei também meus fêmurs... e fiquei toda desossada. eu sou idiota, assim que eu conseguir levantar e me lavar, vou ter aprendido essa lição. por enquanto estou deitada na minha própria bosta.

não pretendo reivindicar todo aquele papel higiênico, eu dei porque quis.

o preço do aprendizado é caro. eu estou pagando em pesadas prestações essa porra.

no futuro serei mais cuzona, aquela que nega papel aos cagados. aliás, aquela que nem chega perto dos cagados... aquela que só anda com gente que possui o próprio papel. aquela que sabe tomar conta do próprio pacote de rolos.

ouvindo: losing a whole year - third eye blind (ironicamente apropriado)

sábado, 23 de abril de 2011

fundo do poço

é incrível como somos vulneráveis às pessoas que gostamos...

o mais incrível ainda é a capacidade que ele tem de me machucar mesmo sem querer. psicólogos diriam 'ninguém está te ferindo, você sofre por escolha'. claro.... eu sei.

mesmo assim, eu compreendo que é o melhor que ele está conseguindo fazer... e retomo a paciência de um monge... e me sinto cansada e triste, mas está tudo bem quanto a isso.

'não me espere mas eu te amo'.

eu não tenho maturidade nem inteligência suficiente pra lidar com isso. me sinto uma criança pelada. um cachorro sem patas. talvez eu até sinta vontade de vomitar.

estou fazendo tudo o que posso pra ser alguém melhor, mas desconfio que devagar estou indo para o fundo do poço.

ouvindo: a love that will never grow old - emmylou harris

sábado, 16 de abril de 2011

levantar

estou me sentindo leve. fico feliz em saber que é normal demorar um pouco pra se dar conta de certas coisas...

depois de levar alguns tabefes e continuar no chão, já tava na hora de levantar, tomar um banho e trocar de roupa. e passar um perfuminho.

eu já tava me esquecendo de algo relacionado a valor próprio.... isso é grave.

não é culpa de ninguém, eu que estava fazendo tudo errado. precisei de um mês, dois livros, 27 anos, várias conversas e quatro sessões de terapia pra me dar conta disso.

eu espero que isso aqui tenha sido apenas um início para algo muito melhor.

ouvindo: so blind - groundation (tô aderindo ao reggae sim)

quarta-feira, 13 de abril de 2011

monte de tinta

de repente sentei aqui no computador e me senti cansada.

cansada de me esforçar tanto pra arrumar esta tela cheia de camadas de tinta, pesada, zuada, carregada... me deu vontade de jogar o quadro fora e pegar uma tela em branco, novinha, leve, branca, lisinha.

isso pra mim não é novidade, visto que, essa é uma atitude bem minha. há anos.

coisa de gente fraca? coisa de quem não finaliza o que começou? coisa de gente forte? que desapega sem sofrer e tem mais chances de sobreviver? ainda não sei. escudo emocional ou calejamento? puta que pariu, não sei. escolhas não são fáceis como eu imaginava que seriam.

não vou negar a minha vontade de deixar este quadro de lado. vou fazer o seguinte, vou guardá-lo na garagem, em um lugar que eu esqueça que ele existe. ainda não posso mandar pro lixo. mas não tenho mais energias e ânimo pra ficar olhando pra esse monte de tinta. quem sabe daqui um tempo eu consiga olhar pra essa tela sob outra perspectiva. meus olhos estão tão acostumados que não consigo enxergar mais nada agora. deixa eu descansar.

deixa eu me sentir mais renovada. depois eu resolvo o que fazer. não hoje. não amanhã...

ouvindo: you can profit - groundation

domingo, 10 de abril de 2011

vai crescer?

a verdade é que eu ainda estou no primeiro andar... ele ainda está em um dos lugares mais profundos e escondidos do porão... eu ainda estou com esperanças de que o bolo cresça em dois minutos... e o bolo vai crescer em muito mais minutos que isso... (se é que vai crescer?)

é duro cair a ficha.

eu não posso negar... mesmo vendo a merda da situação, ter consciência do que está realmente acontecendo ainda é melhor do que ficar que nem cego no tiroteio...

mas agora eu estou me dando conta dos quilômetros de distância que existem entre falar e fazer... prometer e cumprir... falar o que pensa e falar o que realmente pensa.

não estou julgando ninguém, não... apenas dei uma desanimada.

ouvindo: mmm mmm mmm mmm- crash test dummies

sábado, 9 de abril de 2011

sinceridade

a chuva está diminuindo, o céu está abrindo e as ondas já começam a diminuir.

já consigo sentir os efeitos da sinceridade no meu estilo de vida. não, nunca fui de inventar mentiras mirabolantes. o que estava faltando era a sinceridade comigo mesma. eu parar de me enganar. e eu sou uma das pessoas mais experientes em esquiva que conheço. anyway.

ocasionalmente me pego pensando na possibilidade de estar com alguém do terceiro andar... pergunte à iyanla vanzant se você não entendeu nada, hehe...

é só algo que eu estava pensando alto... deixa quieto... por enquanto.

ouvindo: red is blue - ben folds five

quinta-feira, 7 de abril de 2011

evoluir

tudo ao mesmo tempo agora. sem escudos, ver o pessoal cheio de sangue na porta do colégio me dá enjôo... ver a merda que está o japão também. qualquer coisa me incomoda. e muito.

muito café. muita leitura. muita informação. muita assimilação muito rápido.

ocasionalmente me pergunto se era melhor manter-me constantemente na ignorância. se vale a pena. a cada dia que passa, vejo o quanto falta para eu evoluir... física, mental, espiritual e emocionalmente. a minha ansiedade não permite curtir o processo. eu quero que o bolo cresça em dois minutos... mas eu sei que leva mais ou menos meia hora... ou mais.

não, não vale a pena. a ignorância. eu prefiro morrer amanhã e ter tido esses enjôos do que não ter sentido nada. prefiro ter chorado um mês e rido um dia do que não ter feito nenhuma dessas coisas.

ainda acho que viver como ser humano vale a pena, com toda essa bosta, toda essa emoção, toda essa dor e agonia. toda essa alegria também...

hoje o dia está sendo difícil... a semana... o mês... mas eu sei que sou forte enough.

minha intuição (olha só, eu tenho!) diz que vai valer a pena tudo isso. está tudo bem.

ouvindo: just the way you are - boyce avenue (que bosta, pq só ouço isso?)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

metáforas ridículas

não pensei em nada pra escrever aqui... eu estou ciente da forma precária de pensar quando eu resolvo quase não comer... é precário mas está funcionando pra acalmar a mente... at least i feel im alive... anyway...

por muitas vezes eu quis usar o escudo da raiva, como sempre faço e sempre me protejo (do que, da dor?)... mas eu que dessa vez resolvi largar o escudo e a bosta do bombardeio está me atacando sem trégua... que caralho.

depois que o bombardeio arrancar meus braços e pernas vou usar o que? cabeçada? puta que pariu.

amigos mais evoluídos que eu (ou amigo) resolve me convencer a não pegar o escudo e me dá um endereço de uma farmácia boa pra comprar um anti-ácido pra me borifar inteira. essa farmácia é longe, é de difícil acesso, o medicamento não se compra com dinheiro e eu estou exausta.

e estou usando metáforas ridículas, de madrugada, com sono, alcool na pança (e no sangue), tabaco nos pulmões (e no sangue), com a maior cara de bunda por estar escrevendo isso publicamente.

deixa pra lá. vou deitar e amanhã é outro dia. vou deitar do lado do escudo, por precaução.

em vez do escudo, vou pegar o ursinho-de-pelúcia-da-compaixão, lembrando dos meus amigos que me querem bem. e quem sabe eu durma por estar com algo macio.

metáforas ridículas, sono, cansaço. boa noite.

ouvindo: just the way you are - boyce avenue

terça-feira, 5 de abril de 2011

procurando sentido

café, cigarros, livro, caderno, caneta, silêncio. duas horas queimando neurônios. procurando sentido... pra que? pra vida, oras. todo mundo tem medo de parar. altamente compreensível... todo mundo tem medo de estar sozinho. eu não. não hoje... amanhã estarei em boa companhia, mas hoje eu preciso disso.

eu sempre fui boa em organização, então por que não parar e organizar as idéias? estou no lugar certo, na hora certa. no fundo (bem fundo), estou em paz.

duas horas... tantos resultados. tantas conclusões. estou aliviada. apesar de ser apenas o começo.

cedo demais pra revelar.

o incômodo é necessário e me empurra pra frente. e eu só tenho a agradecer.

lendo: amor verdadeiro - paddy s. welles
ouvindo: just the way you are - bruno mars (na versão de boyce avenue)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

sentir nada

fico me perguntando que tipo de beleza existe na apatia...

este pode ser um ápice do esgotamento... um retiro aliviante rumo à futilidade... nem que seja temporário...

me dá um tapa na cara que eu não vou sentir nada. me mostra um doce pra você ver o quanto eu vou querer comer... leva esse doce embora.

eu que estava buscando um preenchimento de amor verdadeiro, de repente senti qual o gosto do nada em todas as coisas, as pequenas coisas inclusive, e todas elas. e gostei. o nada e o vazio são diferentes, mas muito parecidos. ontem o vazio, hoje o nada. a diferença é que o vazio chama, como um buraco negro, sugando desesperadamente tudo o que há em volta.

o nada não chama nada.

ele é como um carro quando acaba a gasolina, não adianta pisar lá que não vai fazer combustão.

o nada é morno, inodoro, insípido, incolor... não me incomoda, não me afeta, não me dói, não me alegra, não faz nada. simplesmente nada.

ouvindo: miss you love - silverchair

domingo, 3 de abril de 2011

lugar vazio

agora as caixas de som estão sempre ligadas, como se isso pudesse preencher este lugar vazio. a música tem algum poder de gerar calor, mas não a este ponto. o que me consola é poder controlar essa playlist, extensa e cheia de pesar. aumentar o som não alivia, mesmo assim eu aumento.

pela primeira vez estou permitindo sentir o vazio sem medo. já estava na hora de encarar o bicho de frente, visto que, fugir do bicho não vai fazer ele desaparecer. eu não sabia como o vazio podia queimar a barriga, literalmente, e a sensação é fria, amarga e muda.

eu que estava correndo a 100km por hora, resolvi parar para olhar em volta. uma voz interior falou 'tá tudo errado, olha pra dentro', e me dei conta que eu nem sabia fazer isso. de repente, tenho que realizar todas essas tarefas extras que me foram delegadas, pelo acaso, e nem recebi bonificação por isso. mentira. a bonificação vem mais tarde, não falei com o chefe mas eu sei que vem.

amanhã estarei mais habilidosa para gerenciar tais lugares vazios.

o frio não vai me incomodar mais, nem o vento, a chuva... eu respiro fundo, tomo os cuidados necessários com a hipotermia, respiro fundo de novo.

eu só espero, no fim disso tudo, voltar à minha temperatura normal.

ouvindo: meu mundo e nada mais - guilherme arantes