domingo, 30 de setembro de 2012

homens

conversar com livros e cadernos é ser autossuficiente. não há ninguém interessado em trivialidades.

eles. eu poderia chamá-los de homens mortos. são aqueles que eu me interesso, os que não corro o risco de sentir falta quando partirem porque já estavam mortos mesmo. há menos vida do que se eu conversasse com livros. eu sei que é uma queixa pesada. 'melhor sozinha do que mal acompanhada'. eu estou nas duas situações simultaneamente.

claro que existem outros homens. os de plástico. insípidos como entregadores de folheto, cheios de propaganda barata de si mesmos, com cantadas fracas (cantadas sempre são), impessoais e impertinentes. é como um jogo, certo? o patético jogo da conquista. eu me irrito em silêncio.

e assim eu permaneço, em silêncio. a partir de hoje.

o incômodo é um sintoma bom. ele me empurra pra longe daqui. disso. agradeço muito à minha voz interior, a minha intuição. o universo me prepara para algo bom, de fato. espero pelo meu melhor amigo, nada menos que isso.

ouvindo: pelo interfone - cícero

domingo, 9 de setembro de 2012

vinte e nove

os registros são importantes. me sinto na obrigação de deixar algo escrito sobre a sensação de fazer vinte e nove, para ler o ano que vem. assim como li o do ano passado.

sabe. até outro dia eu estava aqui gastando tempo invejando uma pessoa que sequer conheço, supondo características de personalidade e imaginando comportamentos. me incomodando. como alguém que escolhe determinada pedra para guardar no sapato. então me dei conta. essa pessoa não existe.

criei alguém na minha cabeça e admito. eu queria ser que nem você. com todos esses detalhes utópicos que elaborei insanamente. agora percebo que isso tem mais a ver comigo do que com você.

somos bem diferentes. e algumas coisas gosto do meu jeito, outras, do 'seu'. chegou a hora de incorporar um pouco dessa sua personalidade que, na verdade, já está aqui dentro. eu só precisava me dar conta disso.

eu nem vou escrever quem é você porque vou me lembrar muito bem quando fizer trinta.

ouvindo: a little piece - the jezabels