terça-feira, 26 de março de 2013

densidades

foi-se o tempo de tremer como vara verde.

atualmente tremer é algo inviável. não há essa possibilidade. tremer é expor medo e nenhum bicho selvagem deve fazer isso. a selva anda perigosa e o tremor impede qualquer tentativa de blefe, coisa tão necessária pra nossa sobrevivência. vamos tremer pra dentro e então tudo bem.

essa coisa de ser vara verde. já diziam os sábios, aqueles que são maleáveis vão além. são como líquidos que se adaptam aos recipientes trazidos ao acaso pela vida. algo que seria complicado para um parrudo volume sólido. o problema de ser líquido é que sempre há a dependência de um compartimento. pode ser uma garrafa elegante de formato agradável. pode ser um pote sujo. pode ser tanta coisa que tremo só de pensar. não. tremer não.

ser líquido. ser vara verde. ser maleável, adaptável, fluido e macio. agir conforme o compartimento. agir conforme o vento. sei não.

sabe, o líquido nunca percebe o impacto de um soco porque ele abraça a mão que soca. bonita atitude do gentil líquido. uma vara verde não recebe o impacto da porrada porque inclina o corpo todo num esforço de não atritar muito com a mão que bate. gentil também.

ainda bem que não somos todos moles. a vida precisa de uma variedade de texturas e densidades. podemos ser vara verde hoje e pedra dura amanhã. podemos ser garrafa de vidro hoje, água amanhã.

que bonita é essa variedade contrastada.

ouvindo: a thousand years - christina perri

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