domingo, 5 de maio de 2013

fio

se eu me concentrar bastante consigo ir para o outro mundo. para o outro cômodo. às vezes eu gostaria que fosse sempre noite. fresco, silencioso e escuro. certo, com a artificialidade das luzes fluorescentes e milimetricamente espaçadas... que se vê ao longe na avenida... da janela.

hoje fui ver um apê, o rapaz tinha um perfume sofisticado cujo vidro era comprido, achatado verticalmente e clean. vidro fosco e tampa prateada. se eu pedisse para cheirar ia ficar muito estranho, certamente. só olhei e isso foi suficiente. não tinha clima para ficar lembrando de cheiros.

e cá estou, sentada, esquentando as mãos no calor do note. fazendo o que mais gosto nessa vida. viajando no outro mundo e fluindo em letras. estar assim me lembra dele, é como um fio de ariadne que ainda nos une, confortavelmente. um filamento tão fino que só eu enxergo. mas forte como aço. um fio que se estende por alguns poucos quilômetros. e assim eu curto uma solitude em sossego.

domingo à noite. pensando bem, nostalgicamente perfeito.

ouvindo: the phanton's lair - the phantom of the opera

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