domingo, 12 de maio de 2013

assumir

perder o namorado era motivo para desespero no passado. eu espero que isso permaneça no passado, porque ando muito afim de me desesperar por motivos mais fortes. muito mais fortes.

quero preocupar-me com passos largos, contas a pagar... contas grandes e gordas. o preço alto e adrenalinoso da independência e da fase adulta. quero pagar a luz e a água que consumo, cada metro quadrado do chão que eu piso, quero cozinhar o que como e ter o apartamento todo impregnado com o meu cheiro. quero me preocupar com a produção de um livro. com a árdua publicação de um livro. quero essa capacidade de criar, condensar em papel e provocar a sensação nos outros de que valeu a pena ter lido. que incomodou em algum lugar.

ah sim. e um namoro deve agregar coisas boas e trazer novidades. ok, eu permito isso na minha vida atualmente. não tenho mais uns medos bobos de antes. vamos lá, vamos assumir e entrar de cabeça numa proximidade com alguém que vale a pena. vamos baixar a guarda e nos deixar vulnerabilizar por alguém que mexe com a gente. vamos nos permitir. o prazer dessa companhia dissolve o temor do compromisso e pra falar bem a verdade: faz tempo que não me sentia contente.

e eu disse para a minha mãe "pô, será que foi a caipirinha que me deixou alegre assim de repente?". e ela "não, você está assim desde ontem. é ele que deixa você assim". quem ele o que. que? mas eu nem disse nada de mais e... tá. tá bom vai. sábia mamãe.

ouvindo: madri - fernando & sorocaba

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