quinta-feira, 5 de abril de 2012

procurando

lendo cartas de van gogh ao irmão, me dou conta de como tudo isso é efêmero.

se debater contra as idéias inconvencionais é inútil. acaba não sendo uma coisa ou outra: o costumeiro incomoda, o dissemelhante não incomoda o bastante. e não sobra nada além de ficar em cima do muro sem tempero nenhum até que a vida passe por completo.

"você não está sentindo aquela crise dos trinta?". oi? ah, eu deveria estar sentindo? uhm... agora sim, de repente estou sentindo... mas que bosta! é de se questionar o que eu deveria ou não estar sentindo. como isso.

os casais são totalmente enfadonhos. são lindos, mas enfadonhos. é estranho imaginar que ir ao cinema ou sair para jantar já foi uma coisa tão natural. atritos corriqueiros sobre banalidades são confortáveis. e eu não curto mais o confortável.

churrasco e cerveja deixam a vida menos densa, quanta ironia. a simplicidade da vida não muda. passam-se os anos, vêm a tecnologia, os avanços. o homem é o mesmo bicho de sempre, comida e sexo e então os ânimos ficam alimentados. o resto a gente vai levando. até que a vida passe por completo...

eu deveria sim estar procurando a minha felicidade, a minha paz.

não satisfeita com a velocidade do meu raciocínio (que não deveria ser assim tão lenta), dou um tapa na minha testa pensando que talvez eu não encontre nada aqui. estou procurando a coisa errada no lugar errado.

ouvindo: nuvole bianche - ludovico einaudi

Nenhum comentário:

Postar um comentário