domingo, 29 de abril de 2012

patos feios

fui eu que escolhi tudo isso...

os patos feios da vida real são altamente adaptáveis. aprendem a conviver com os outros bichos, se interessam pelas diferenças alheias. acabam conhecendo a diversidade de coisas boas espalhadas por aí, há energia para o novo.

mas chega uma hora em que nós, patos, percebemos o quanto somos sugestionáveis. e quando isso acontece é estranho. tudo o que brilhava perde a graça, as cores mudam e olha que interessante: o mundo permanece igual, o que mudou foi a nossa percepção.

eu sou uma mera coleção de influências externas, de forma toscamente misturada, sem definição exata. quem sou eu, afinal? qual o lugar certo para mim?

mas convenhamos. como é utópico imaginar uma lagoa cheia de outros patos em uma situação que beira a perfeição, como no desenho da disney. é tolo fazer isso, ingênuo almejar este tipo de condição.

no fim das contas, desconfio que esse pato curte a nostalgia da solidão.

me sinto feia e cansada. feia devido à constante inadequação. cansada por fazer esforço para adequar-me. "continue procurando", é o que eles falam. se eu fosse otimista, pensaria "há um lugar bom para mim". como sou depressiva penso "não sou boa o suficiente para este lugar".

outra porta fechada novamente. e então, ficar sozinha é mais confortável. quem diria que o mesmo pato do começo do post ficou desse jeito.

descobri que não sei lidar com as pessoas. mesmo assim, prefiro quem sou hoje.

ouvindo: amsterdam - coldplay

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