quarta-feira, 28 de março de 2012

resposta

meu professor de saúde pública certa vez perguntou "qual o melhor jeito de prevenir gravidez?", e como na faculdade somos todos bobos, logo respondemos camisinha, pílula, dispositivo intrauterino e o caramba. ele deu uma risadinha charmosa e disse "nada disso. é não fazer sexo".

a melhor resposta às vezes é a mais improvável e também a mais simples.

o que fazer para resolver aquele monte de problemas que a codependência traz? parando com tudo isso. se ajudar os outros é feito de forma patológica então não ajudo mais. se me relaciono com homens de modo bizarro, então não os enxergo mais. se sexo traz mais dor de cabeça do que prazer, não faço mais. se o codependente aguenta muita situação abusiva, então eu simplesmente não aguento mais.

a minha meiguice passa a ser um retrogosto, não o sabor principal.

e eu gosto bem mais de quem eu sou agora, desse jeito.

ouvindo: when you believe - o príncipe do egito

segunda-feira, 26 de março de 2012

personagens

não cometa a imbecilidade de categorizar seus personagens em bonzinhos e malvadinhos. já era, ele fez isso novamente.

nicholas sparks é uma boa pessoa mas consegue ser irritante às vezes. não é assim que ele descreve os personagens pelos quais não devemos simpatizar? "é uma boa pessoa mas...". não é assim que funciona a vida real, não mesmo. ele aprenderia muito lendo mary sharratt, isso sim. personagens não são bons ou ruins, eles simplesmente são o que são.

ou o que irrita mais é ele sempre fazer um personagem que parece o imbecil do meu ex namorado? ah sim, o feio é fazer este sujeito ser o mocinho. rapazes certinhos e altruístas que curtem meninas meigas perderam a graça. ou eu só estou falando isso porque eu mesma perdi a meiguice? se eu fosse uma personagem do livro dele, certamente ele me descreveria assim "ela é uma boa pessoa mas...".

mas... mas... o caramba. suas personagens meninas estão beirando os vinte. eu estou com vinte e oito e deixei minha doçura pras formigas. e espero que elas morram de diabetes.

richard se enganou, eu não me pareço com savannah. talvez parecesse há uns meses, mas como ele saberia que eu iria virar um monstrinho ácido? eu não pareço savannah, não combino com nenhum john e nenhum will. eles que vão para o inferno, eu não combino com ninguém.

o próximo livro da fila é: os melhores contos de loucura. quem sabe eu me identifico mais com essa joça.

ouvindo: superman - five for fighting

domingo, 25 de março de 2012

skate

a criança feliz é aquela que compra, personaliza e monta os próprios brinquedinhos.

um longboard black sheep com rodinha verde limão, um outro tradicional com truck rosa choque. me apaixonei na hora em que subi neles, foi amor à primeira pisada.

e tudo isso não seria possível se eu não tivesse um bom professor.

não vejo a hora de deslizar por aí sozinha com um som bem supimpa nos fones de ouvido, sentindo o vento na cara.

ouvindo: new year's day - u2

quinta-feira, 22 de março de 2012

blaze

quando eu li aquilo fiquei com vontade de vomitar. não vai dar pra pegar o metrô agora, desse jeito.

vários dejavuzinhos. ronnie virou nelly, patrícia, daniela, diana ou qualquer amiga decente e íntegra que eu tenho ou tive. marcus virou qualquer homem que encostou em mim um dia. blaze virou leda.

como eu queria pegar aquela menina no colo e levar pra bem longe, como eu queria proteger aquela blaze.

merda, ainda estou com vontade de vomitar. ou de chorar. ou ambos.

a coisa mais triste é pedir permissão para gostarem de você, implorar como um mendigo, agir como um impertinente saco de bosta, oferecer a sua comida, o seu dinheiro, a sua dignidade ou qualquer coisa que você tenha em troca de....

ronnie brilha, blaze pede desculpas por existir. ninguém gosta de blaze, nem ela mesma.

blaze é meiga, atenciosa, prestativa, forte e infeliz. que coisas fizeram ela ficar assim?

eu espero que até o fim do livro ela consiga brilhar também.

ouvindo: fairytale - ludovido einaudi

quarta-feira, 21 de março de 2012

queima

"os desgostos da vida ensinam a arte do siêncio". (sêneca)

foi-se o tempo em que tudo era doce e barulhento, como um bando de nerds jovens jogando war e comendo brigadeiro de colher. o silêncio tem o gosto amargo de um café gelado tomado numa cozinha vazia. e café demais queima a barriga.

pensando bem, a queimação torna o vazio palpável. o queimar do estômago, da cabeça e do coração.

"aquilo que foi doloroso suportar torna-se agradável depois de suportado; é natural sentir prazer depois do próprio sofrimento" (sêneca)

sêneca pra cá, sêneca pra lá. o vazio queima e traz prazer.

ouvindo: several ways to die trying - dashboard confessional

segunda-feira, 19 de março de 2012

novo blog

a melhor parte de não tentar agradar alguém é... não agradar mesmo. então me sobra tempo e energia pra brincar com meu próprio autismo e agradar minhas particularidades.

estreei mais um blog.

meu novo blog sobre prólogos é o primeiro passo para a alegria de escrever. a solitária alegria de escrever sobre personagens sisudos e seus aprendizados árduos. pelo menos são livos assim que leio com satisfação. livros assim que pretendo escrever um dia. personagens quietos e amargos que ao longo da vida encontram aconchego com cachorros, elefantes ou com os próprios pensamentos.

hannah, john, edgar, jacob, chance, hugh, gabriel e etc. e a lista de personagens com tais características aumenta cada vez mais.

já está na hora de criar os meus.

ouvindo: the swan - yo yo ma

quinta-feira, 15 de março de 2012

propósito

se os meus olhos brilham é porque estão cheios de lágrimas. e depois de um tempo brilham as minhas bochechas molhadas também. e então tudo fica opaco novamente.

quanto tempo dura essa porra? dorzinha crônica e contínua filha da puta. vai aumentando aos poucos pra gente não notar.

o problema não é escolher uma vida de sacrifícios, é não ter o propósito para tal. o que incomoda é gastar a vida nessa improdutiva depressão e não ter a força de ghandi, madre teresa ou john.

toda a minha paixão está focada em algo que não tenho o controle, o que me torna uma idiota.

eu tenho força de vontade. eu só não tenho o motivo certo ainda. eu sou uma porra de carro parado cheio de gasolina que não acha a merdinha da chave pra dar a partida.

paixões. que nunca mais seja paixão por outro ser humano. que seja paixão por algo que eu consiga controlar, dessa vez.