pela primeira vez estou permitindo sentir o vazio sem medo. já estava na hora de encarar o bicho de frente, visto que, fugir do bicho não vai fazer ele desaparecer. eu não sabia como o vazio podia queimar a barriga, literalmente, e a sensação é fria, amarga e muda.
eu que estava correndo a 100km por hora, resolvi parar para olhar em volta. uma voz interior falou 'tá tudo errado, olha pra dentro', e me dei conta que eu nem sabia fazer isso. de repente, tenho que realizar todas essas tarefas extras que me foram delegadas, pelo acaso, e nem recebi bonificação por isso. mentira. a bonificação vem mais tarde, não falei com o chefe mas eu sei que vem.
amanhã estarei mais habilidosa para gerenciar tais lugares vazios.
o frio não vai me incomodar mais, nem o vento, a chuva... eu respiro fundo, tomo os cuidados necessários com a hipotermia, respiro fundo de novo.
eu só espero, no fim disso tudo, voltar à minha temperatura normal.
ouvindo: meu mundo e nada mais - guilherme arantes
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