terça-feira, 18 de dezembro de 2012

ártemis

há exatamente um ano atrás eu postei sobre a descoberta da solitude. este ano eu assumi o gosto por essa condição.

sabe, eu não canto, não danço, não faço porra nenhuma em cima de um palco. hoje eu tento passar desapercebido, minhas roupas são neutras e tenho um cabelo longo onde posso me esconder um pouquinho. é gostoso rir e sorrir sozinha, lendo um livro bom ou vendo youtubes de cães e de crianças. ou cães crianças. ou cães com criancinhas.

esse ano não teve rastros de afrodite, feminilidade é pra atrair homens, esse é meu conceito. e esse é um jogo que não ando com disposição para jogar. dei um basta em koré, aquela pirralha maldita, seja ela perséfone crescida, rainha do inferno ou o que for. não me interessa ser rainha.

ártemis faz meus olhos brilharem. ano que vem é tempo de lapidar meu sonho de ser uma guerreira autossuficiente com uma matilha de cães e um rebento sem pai. saco, só em sonho mesmo, eu não consigo cuidar de tudo isso sozinha. desesperozinho maldito. eu tenho que tentar!

ouvindo: let down - radiohead

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

saco preto

mês natalino de paz e amor é na casa do chapéu.

dezembro é na verdade o mês de reflexão, a revisão do ano inteiro, a limpeza racional de tudo o que carregamos sem mais bons motivos. e tem viu, mexe um pouco aí que aflora. é hora de colocar no saco preto os amigos, você sabe quais. não há mágoas ou vingança, então não há motivo para mandar o saco pro lixo. leve para a casa andré luiz, simplesmente. alguém vai aproveitar bem o que tem lá e pronto.

vamos colocar em um saco tudo o que desperdiça nosso espaço físico, nosso tempo, nossa preocupação, a nossa energia. boa época para cutucarmos a solidez de nossos valores, alguns antigos valores familiares têm o preço maior no brechó do que em casa.

a hora de começar a entediante arrumação é agora. dá trabalho essa porra mas, depois que começa, a vontade brota do nosso âmago e tudo fica melhor do que antes. o que realmente importa vai ficar, e é mais fácil de enxergar. estamos então mais leves para andar pra frente.

agora sim, pode vir 2013 pô.

ouvindo: album the bends - radiohead

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

kryptonita

"como tinha mulher e filhos e rotina, estava muito satisfeito assim"

eu provavelmente não deveria pensar assim mas, acho que ter marido, filhos, cães e rotina é uma questão de merecimento. o meu cagaço não me permite sequer cuidar de mim mesma em um apartamento ovo administrável. ainda sou a filha. tenho 29 e ainda não consigo andar em direção à minha própria família. lastimável.

não gosto de pensar nessas coisas com a ajuda dos outros. essa merda é uma kriptonita pra mim. penso quietinha que já é perturbador o suficiente.

tem a linha que sugere lutar loucamente por seus sonhos e objetivos. tem outras linhas modernas que insistem em afirmar que o ser humano é desprendido, que o amor é livre e sem amarras, e por mais que eu tente, não consigo compreender essas porras de modernidade. gente vazia do cacete. é legal ser livre? pra que, pra poder trocar de marido quando vier um enfado? eu quero envelhecer com alguém que eu conheço.

quero ver meus filhos criancinhas, adolescentes, jovens adultos. sei lá, ensinar a eles que um cão vive bem menos que nós mas que vale a pena tê-los no nosso cotidiano. que a morte só existe se houver vida também. e isso também vale para os avós.

estou cansada. lutar loucamente por um sonho que inclui outra pessoa é complicado demais. é correr no escuro, trabalhar com incertezas.

enterra essa bosta de kryptonita pra não ver.

ouvindo: warning sign - coldplay

sábado, 10 de novembro de 2012

reconhecimento

é cansativo cativar reconhecimento.

o esforço é constante e há amor (bom... havia). amor é a força maior que supera tudo, supera humilhações, saúde, autoestima. o amor é forte e triste, mas está bem assim. talvez por isso eu ache o amor bonito.

de repente me bateu uma apatia desgraçada.

essas duas pessoas que eu supostamente amo não estão satisfeitas com o meu desempenho. nunca estão. o esforço é constante. cansativo. e o desdém... eu descobri que o amor não supera o fogo da raiva.

é como uma nuvem incontrolável que dá risada e derruba o esforço. ri e derruba. e gosta. derruba aquele esforço constante sem muita dificuldade. e o que eu construí vai caindo e rindo.

quando eu sinto a raiva queimar, essa agora é a minha força maior.

ouvindo: snow white & the huntsman soundtrack - you can't have my heart

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

torto

o primeiro livro ele escreveu com 31 anos. quer dizer... já está na minha hora.

nos momentos em que sinto raiva, desgosto, pena e uma complexidade de outras coisas, percebo o quanto é necessário estar viva para criar. a gente beira a insanidade. a gente, todo mundo. não adianta abafar isso.

e aí que sai tudo o que é belo. o torto, o imperfeito, o humano.

ouvindo: rue des cascades - claire pichet

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

agonia

três pacotes de chocolate e uma garrafa de café forte. já faz uma semana que não me sinto ok fisicamente. eu poderia fumar instantaneamente um maço de cigarros ou tomar três copos cheios de uísque. não iria aliviar nada.

amor é coisa utópica e cômica. pode ser mesmo a coisa mais forte do mundo, mas isso é coisa que não teremos oportunidade de ficar sabendo, não é mesmo? a agonia me move. eu não gosto muito dela, mas ela que me dá forças pra estabelecer o objetivo de morar sozinha o ano que vem. e então ela que me ajuda a aguentar um dia de trabalho pesado. "aguentar pessoas com dor é apenas trabalho", repito internamente todos os dias.

alegria é coisa cômica. felicidade também. na boa, eu não consigo "ficar feliz por você", então melhor é você sair andando.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

amargor

dor de cabeça, enjôo, advil.

apatia que já está sendo considerada vagabundagem pelos meus parentes. é preguiça de ajudar? má vontade quando eu deveria conseguir ser mais simpática diante os grandes problemas alheios? só não enche o meu saco, eu não quero decepcionar expectativas, não mais.

é quase divertido imaginar como seria difícil limpar sangue impregnado entre esses tacos. ajudaria a manter o quarto com um ar morto por mais tempo. seria quase divertido, e é divertido escrever isso porque ninguém vai ler mesmo. não é divertido, nada é divertido faz tempo.

eu não estou conseguindo ser boa, falar as coisas certas na hora certa, ser magra, ser boa filha, boa neta, boa amiga, boa mulher nem nada. é que nem fazer esteira, queira ou não a esteira gira e eu só vou pisando em cima. assim é com o tempo e com os dias. vai passando uma semana, outra semana, eu não estou conseguindo ser a melhor pessoa que poderia ser. acordo, trabalho e durmo.

quem é que vai procurar um psiquiatra quando no raciocínio, acha que não merece sair do mundo preto e branco? mesmo sabendo que em melhores condições mentais, poderia atuar em benefício das coisas boas. pintar o colorido para os outros. mas o meu merecimento beira a dor física, a minha fome, o meu silêncio e sacrifício. o amargor. está impregnado e faz parte de quem eu sou.

ouvindo: dream in the dark - the fine frenzy

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

futuro

disciplina é fazer pouco de coisas que faço muito e fazer muito do que faço pouco.

gastar o menos possível. comer o menos possível. trabalhar o máximo possível. juntar o máximo de $ que conseguir. fazer exercício com frequência e ininterruptamente. treinar escrever. treinar longboard. fazer o que eu tenho que fazer.

o tempo está passando e eu tenho que aproveitar cada segundo, cada oportunidade de fazer um futuro melhor, voltado para os meus sonhos mais importantes.

ouvindo: snow patrol - chasing cars (mango remix)

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

leve

"você me ligou naquela tarde vazia e me valeu o dia"

que coisa é notar que ele aparece leve toda vez que preciso de um pouco de riso. como um copo de leite que aconchega tudo antes de dormir.

que fácil é falar na mesma linguagem de senso de humor.

não é qualquer um que consegue chegar perto sem eu ter vontade de sair correndo. vou deixar isso anotado, como um bom sinal. estou alegre. mas ainda sem fome.

ouvindo: run free - spirit soundtrack

terça-feira, 9 de outubro de 2012

beleza triste

fácil é engordar quando estou ansiosa. fácil é emagrecer quando estou triste. espero então me manter melancólica nos próximos 20kg. se eu acho bonito a beleza triste, bonito é magreza, então é lá que eu almejo chegar.

bonito é não ter quase cor, brilho ou viço. e um coração vermelho embrulhado.

ser frágil, de um cansaço quase piedoso. ser forte e constante de espírito, manter a alma minimamente aquecida, garantir coberta à hipotermia. e trabalhar.

katie. bella. mallu.

ouvindo: comptine d'ete nº2 - yann tiersen

domingo, 30 de setembro de 2012

homens

conversar com livros e cadernos é ser autossuficiente. não há ninguém interessado em trivialidades.

eles. eu poderia chamá-los de homens mortos. são aqueles que eu me interesso, os que não corro o risco de sentir falta quando partirem porque já estavam mortos mesmo. há menos vida do que se eu conversasse com livros. eu sei que é uma queixa pesada. 'melhor sozinha do que mal acompanhada'. eu estou nas duas situações simultaneamente.

claro que existem outros homens. os de plástico. insípidos como entregadores de folheto, cheios de propaganda barata de si mesmos, com cantadas fracas (cantadas sempre são), impessoais e impertinentes. é como um jogo, certo? o patético jogo da conquista. eu me irrito em silêncio.

e assim eu permaneço, em silêncio. a partir de hoje.

o incômodo é um sintoma bom. ele me empurra pra longe daqui. disso. agradeço muito à minha voz interior, a minha intuição. o universo me prepara para algo bom, de fato. espero pelo meu melhor amigo, nada menos que isso.

ouvindo: pelo interfone - cícero

domingo, 9 de setembro de 2012

vinte e nove

os registros são importantes. me sinto na obrigação de deixar algo escrito sobre a sensação de fazer vinte e nove, para ler o ano que vem. assim como li o do ano passado.

sabe. até outro dia eu estava aqui gastando tempo invejando uma pessoa que sequer conheço, supondo características de personalidade e imaginando comportamentos. me incomodando. como alguém que escolhe determinada pedra para guardar no sapato. então me dei conta. essa pessoa não existe.

criei alguém na minha cabeça e admito. eu queria ser que nem você. com todos esses detalhes utópicos que elaborei insanamente. agora percebo que isso tem mais a ver comigo do que com você.

somos bem diferentes. e algumas coisas gosto do meu jeito, outras, do 'seu'. chegou a hora de incorporar um pouco dessa sua personalidade que, na verdade, já está aqui dentro. eu só precisava me dar conta disso.

eu nem vou escrever quem é você porque vou me lembrar muito bem quando fizer trinta.

ouvindo: a little piece - the jezabels

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

cinza

ah o equilíbrio.

esperamos encontrar uma companhia estável e agradável, um amigo de temperamento dócil e bom humor. comemos alimentos de baixo índice glicêmico para não termos picos e oscilações de glicemia, acabamos evitando pãozinho doce e colocamos pra dentro uma maçã. compramos roupas de cores neutras para serem combinadas entre si. tons de cinza são realmente muito elegantes. encontramos namorados da nossa faixa etária, do nosso gosto musical, do nosso bairro.

mas que merda de apatia irritante. a paz que eu não quero.

ouvindo: sunday bloody sunday - u2

sexta-feira, 13 de julho de 2012

sentido

não há o que temer, o que perder. quando se pensa em algo maior, todo o resto torna-se insignificante. não que eu esteja desdenhando o minimalismo e as trivialidades da vida. a beleza ainda está nos detalhes.

a diferença é quando os detalhes fazem sentido.

ouvindo: dedication, loyalty - nils frahm

segunda-feira, 14 de maio de 2012

confessar

"se quisermos que uma mensagem de amor seja ouvida, temos que emiti-la. para manter acesa uma lamparina, temos de abastecê-la com óleo" (madre teresa)

eu imagino que a coisa geral seja parecida com uma planta. o amor é tudo que alimenta e faz a planta crescer. a crítica, os amargores e a indiferença são as podas. pensando em uma matemática simples e um cálculo sensato: se podar demais e alimentar de menos a planta morre.

com a gente é meio parecido.

eu sou um ser humano e reconheço que preciso de afagos e elogios ocasionalmente. ah, reconheci isso hoje. e assumi faz meia hora. é embaraçoso, se você quer saber.

não ligo para as podas mas estou precisando de amor. e é muito chato confessar isso.

ouvindo: a ghost - coldplay

domingo, 29 de abril de 2012

patos feios

fui eu que escolhi tudo isso...

os patos feios da vida real são altamente adaptáveis. aprendem a conviver com os outros bichos, se interessam pelas diferenças alheias. acabam conhecendo a diversidade de coisas boas espalhadas por aí, há energia para o novo.

mas chega uma hora em que nós, patos, percebemos o quanto somos sugestionáveis. e quando isso acontece é estranho. tudo o que brilhava perde a graça, as cores mudam e olha que interessante: o mundo permanece igual, o que mudou foi a nossa percepção.

eu sou uma mera coleção de influências externas, de forma toscamente misturada, sem definição exata. quem sou eu, afinal? qual o lugar certo para mim?

mas convenhamos. como é utópico imaginar uma lagoa cheia de outros patos em uma situação que beira a perfeição, como no desenho da disney. é tolo fazer isso, ingênuo almejar este tipo de condição.

no fim das contas, desconfio que esse pato curte a nostalgia da solidão.

me sinto feia e cansada. feia devido à constante inadequação. cansada por fazer esforço para adequar-me. "continue procurando", é o que eles falam. se eu fosse otimista, pensaria "há um lugar bom para mim". como sou depressiva penso "não sou boa o suficiente para este lugar".

outra porta fechada novamente. e então, ficar sozinha é mais confortável. quem diria que o mesmo pato do começo do post ficou desse jeito.

descobri que não sei lidar com as pessoas. mesmo assim, prefiro quem sou hoje.

ouvindo: amsterdam - coldplay

quinta-feira, 12 de abril de 2012

buldogue

eu não sei exatamente quando foi que eu me apaixonei pela idéia mas... hoje fiquei o dia todo matutando como proceder com um filhote de buldogue.

será que ele ficaria quietinho na parte de trás do consultório enquanto eu trabalho? um buldogue vive bem em apartamento de 50m²? porque a minha idéia é morar em apartamento, não tenho $ pra comprar casa. como faço pra ensinar ele a andar de skate? aliás, como faço para não roubarem meu buldogue enquanto eu ando de skate? se eu morar no ipiranga posso deixar ele aqui com a maria e a kurica durante o dia. eu vou querer uma cama de casal, certamente, pra poder dormir com o buldogue no colo. que se dane se um dia eu arranjar um namorado, ele que se acostume com um cão no colo também.

quem diria, casamentos não me motivam a sair de casa, um cão, sim.

e a minha intuição diz que morar sozinha com um cão não é empecilho para limitar a minha vida social. eu já curto essa vida reclusa, ter um cão roncando enquanto leio um livro parece ser bem legal.

ouvindo: password - ludovico einaudi

domingo, 8 de abril de 2012

ele

"ele admirava que ela fizesse o que lhe convinha, embora, às vezes, parecesse apenas que ela fazia o que era capaz de fazer" (peter d. kramer)

não é só harry que projeta virtudes em mariana cegamente. eu também faço isso. mas que grande ilusão, algo que parece independência e autocontrole pode muito bem sinalizar fraqueza. ou, sendo mais direta, depressão.

o conhecimento muda a nossa percepção. e parece requisito mínimo para fazer algo bom, de fato.

eu me preocupo com ele, sim. ainda mais quando os sintomas, bom... ninguém mais enxerga. é estranho demais levar patadas e continuar gostando de alguém. isso vai contra as leis sociais dessa modernidade onde tudo (e todos) são descartáveis. mas eu gosto dele e pronto. gosto de querer bem, e não querer pra mim.

acho que não há mais nada que eu possa fazer. o que adianta entender todo o mecanismo fisiológico se não há nada que eu possa fazer? fico aqui esperando algum pequeno milagre.

ouvindo: ludovico einaudi

sexta-feira, 6 de abril de 2012

dinamismo

"como não tenho mais nada para me distrair, passo os dias e as noites inteiras pensando em todas as pessoas que conheço" (vincent)

seja ela uma prisão física ou mental, é realmente difícil encontrar formas de se distrair. assim como van gogh eu andei pensando em todas as pessoas que conheço. e tentando fazer um trabalho estatístico a respeito de... uhm.

me dou bem com as pessoas dinâmicas e com tudo o que é dinâmico. essa é a minha principal conclusão.

a minha própria estagnação me é incômoda. a irritação cresce como um tumor sabidamente maligno. passo a ler páginas e páginas de livros em alta velocidade, o que compensa o silêncio oral; o recolhimento social é preenchido pelo prazer da pesquisa. e então eu viro uma panela de pressão com curtos alívios ocasionais, até que eu cozinhe o que precisa ser cozido.

bom é saber que eu não perdi o dinamismo, apenas o transformei. e bom é saber que, para a minha própria sanidade, devo me afastar temporariamente de seres estagnados e interagir com os dinâmicos. gostar é uma coisa. fazer bem é outra.

todo esse movimento mental não é penoso, é gostoso. interagir com pessoas cujas trocas são ricas passa a ser gostoso também.

ouvindo: u2

quinta-feira, 5 de abril de 2012

procurando

lendo cartas de van gogh ao irmão, me dou conta de como tudo isso é efêmero.

se debater contra as idéias inconvencionais é inútil. acaba não sendo uma coisa ou outra: o costumeiro incomoda, o dissemelhante não incomoda o bastante. e não sobra nada além de ficar em cima do muro sem tempero nenhum até que a vida passe por completo.

"você não está sentindo aquela crise dos trinta?". oi? ah, eu deveria estar sentindo? uhm... agora sim, de repente estou sentindo... mas que bosta! é de se questionar o que eu deveria ou não estar sentindo. como isso.

os casais são totalmente enfadonhos. são lindos, mas enfadonhos. é estranho imaginar que ir ao cinema ou sair para jantar já foi uma coisa tão natural. atritos corriqueiros sobre banalidades são confortáveis. e eu não curto mais o confortável.

churrasco e cerveja deixam a vida menos densa, quanta ironia. a simplicidade da vida não muda. passam-se os anos, vêm a tecnologia, os avanços. o homem é o mesmo bicho de sempre, comida e sexo e então os ânimos ficam alimentados. o resto a gente vai levando. até que a vida passe por completo...

eu deveria sim estar procurando a minha felicidade, a minha paz.

não satisfeita com a velocidade do meu raciocínio (que não deveria ser assim tão lenta), dou um tapa na minha testa pensando que talvez eu não encontre nada aqui. estou procurando a coisa errada no lugar errado.

ouvindo: nuvole bianche - ludovico einaudi

domingo, 1 de abril de 2012

sintonia

a sintonia inata e a adquirida. cada uma tem sua peculiaridade e ambas me agradam.

com ela nunca é necessário falar muito pois ela lê meus pensamentos. principalmente o pensamento não verbal... aquele que se sente. o pensamento-sentimento, aquele que causa agonia não tanto pela dificuldade de se expressar: mas pela dificuldade de se fazer entender. e ela consegue. acontece assim, desde sempre. é inato.

com ele é diferente. posso falar sobre quase tudo porque... porque... ele manja de quase tudo. meu palpite é de que um enorme banco de dados supre muito bem o papel da intuição. apesar de que eu acho que ele tem isso também. uhm. uma boa pessoa com uma boa bagagem. e não tem como não se sentir à vontade com essa companhia. muita coisa em comum e muita coisa que ensinamos mutuamente.

e não adianta. eu tentei passar meu tempo com gente cujo santo não bate. pela amizade. e assim que suas nuvenzinhas pretas e carregadas começaram a impregnar o meu céu, eu me decidi. essa tempestade é sua. não minha. eu mereço andar com quem me faz bem, não acha?

ouvindo: amsterdam - coldplay

quarta-feira, 28 de março de 2012

resposta

meu professor de saúde pública certa vez perguntou "qual o melhor jeito de prevenir gravidez?", e como na faculdade somos todos bobos, logo respondemos camisinha, pílula, dispositivo intrauterino e o caramba. ele deu uma risadinha charmosa e disse "nada disso. é não fazer sexo".

a melhor resposta às vezes é a mais improvável e também a mais simples.

o que fazer para resolver aquele monte de problemas que a codependência traz? parando com tudo isso. se ajudar os outros é feito de forma patológica então não ajudo mais. se me relaciono com homens de modo bizarro, então não os enxergo mais. se sexo traz mais dor de cabeça do que prazer, não faço mais. se o codependente aguenta muita situação abusiva, então eu simplesmente não aguento mais.

a minha meiguice passa a ser um retrogosto, não o sabor principal.

e eu gosto bem mais de quem eu sou agora, desse jeito.

ouvindo: when you believe - o príncipe do egito

segunda-feira, 26 de março de 2012

personagens

não cometa a imbecilidade de categorizar seus personagens em bonzinhos e malvadinhos. já era, ele fez isso novamente.

nicholas sparks é uma boa pessoa mas consegue ser irritante às vezes. não é assim que ele descreve os personagens pelos quais não devemos simpatizar? "é uma boa pessoa mas...". não é assim que funciona a vida real, não mesmo. ele aprenderia muito lendo mary sharratt, isso sim. personagens não são bons ou ruins, eles simplesmente são o que são.

ou o que irrita mais é ele sempre fazer um personagem que parece o imbecil do meu ex namorado? ah sim, o feio é fazer este sujeito ser o mocinho. rapazes certinhos e altruístas que curtem meninas meigas perderam a graça. ou eu só estou falando isso porque eu mesma perdi a meiguice? se eu fosse uma personagem do livro dele, certamente ele me descreveria assim "ela é uma boa pessoa mas...".

mas... mas... o caramba. suas personagens meninas estão beirando os vinte. eu estou com vinte e oito e deixei minha doçura pras formigas. e espero que elas morram de diabetes.

richard se enganou, eu não me pareço com savannah. talvez parecesse há uns meses, mas como ele saberia que eu iria virar um monstrinho ácido? eu não pareço savannah, não combino com nenhum john e nenhum will. eles que vão para o inferno, eu não combino com ninguém.

o próximo livro da fila é: os melhores contos de loucura. quem sabe eu me identifico mais com essa joça.

ouvindo: superman - five for fighting

domingo, 25 de março de 2012

skate

a criança feliz é aquela que compra, personaliza e monta os próprios brinquedinhos.

um longboard black sheep com rodinha verde limão, um outro tradicional com truck rosa choque. me apaixonei na hora em que subi neles, foi amor à primeira pisada.

e tudo isso não seria possível se eu não tivesse um bom professor.

não vejo a hora de deslizar por aí sozinha com um som bem supimpa nos fones de ouvido, sentindo o vento na cara.

ouvindo: new year's day - u2

quinta-feira, 22 de março de 2012

blaze

quando eu li aquilo fiquei com vontade de vomitar. não vai dar pra pegar o metrô agora, desse jeito.

vários dejavuzinhos. ronnie virou nelly, patrícia, daniela, diana ou qualquer amiga decente e íntegra que eu tenho ou tive. marcus virou qualquer homem que encostou em mim um dia. blaze virou leda.

como eu queria pegar aquela menina no colo e levar pra bem longe, como eu queria proteger aquela blaze.

merda, ainda estou com vontade de vomitar. ou de chorar. ou ambos.

a coisa mais triste é pedir permissão para gostarem de você, implorar como um mendigo, agir como um impertinente saco de bosta, oferecer a sua comida, o seu dinheiro, a sua dignidade ou qualquer coisa que você tenha em troca de....

ronnie brilha, blaze pede desculpas por existir. ninguém gosta de blaze, nem ela mesma.

blaze é meiga, atenciosa, prestativa, forte e infeliz. que coisas fizeram ela ficar assim?

eu espero que até o fim do livro ela consiga brilhar também.

ouvindo: fairytale - ludovido einaudi

quarta-feira, 21 de março de 2012

queima

"os desgostos da vida ensinam a arte do siêncio". (sêneca)

foi-se o tempo em que tudo era doce e barulhento, como um bando de nerds jovens jogando war e comendo brigadeiro de colher. o silêncio tem o gosto amargo de um café gelado tomado numa cozinha vazia. e café demais queima a barriga.

pensando bem, a queimação torna o vazio palpável. o queimar do estômago, da cabeça e do coração.

"aquilo que foi doloroso suportar torna-se agradável depois de suportado; é natural sentir prazer depois do próprio sofrimento" (sêneca)

sêneca pra cá, sêneca pra lá. o vazio queima e traz prazer.

ouvindo: several ways to die trying - dashboard confessional

segunda-feira, 19 de março de 2012

novo blog

a melhor parte de não tentar agradar alguém é... não agradar mesmo. então me sobra tempo e energia pra brincar com meu próprio autismo e agradar minhas particularidades.

estreei mais um blog.

meu novo blog sobre prólogos é o primeiro passo para a alegria de escrever. a solitária alegria de escrever sobre personagens sisudos e seus aprendizados árduos. pelo menos são livos assim que leio com satisfação. livros assim que pretendo escrever um dia. personagens quietos e amargos que ao longo da vida encontram aconchego com cachorros, elefantes ou com os próprios pensamentos.

hannah, john, edgar, jacob, chance, hugh, gabriel e etc. e a lista de personagens com tais características aumenta cada vez mais.

já está na hora de criar os meus.

ouvindo: the swan - yo yo ma

quinta-feira, 15 de março de 2012

propósito

se os meus olhos brilham é porque estão cheios de lágrimas. e depois de um tempo brilham as minhas bochechas molhadas também. e então tudo fica opaco novamente.

quanto tempo dura essa porra? dorzinha crônica e contínua filha da puta. vai aumentando aos poucos pra gente não notar.

o problema não é escolher uma vida de sacrifícios, é não ter o propósito para tal. o que incomoda é gastar a vida nessa improdutiva depressão e não ter a força de ghandi, madre teresa ou john.

toda a minha paixão está focada em algo que não tenho o controle, o que me torna uma idiota.

eu tenho força de vontade. eu só não tenho o motivo certo ainda. eu sou uma porra de carro parado cheio de gasolina que não acha a merdinha da chave pra dar a partida.

paixões. que nunca mais seja paixão por outro ser humano. que seja paixão por algo que eu consiga controlar, dessa vez.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

cachorro

o que significa um cachorro? exigir obediência e previsibilidade pode parecer adequado, porém, subestima a personalidade e autonomia do cão. ora, ele não é uma máquina feita para nos servir, é um cão.

"deixe ele escolher", disse gar. forte, o pastor alemão, era adulto o suficiente para decidir se queria se aproximar ou passar fome. essay decidiu por si própria sair daquela caverna e latir para o tornado, apesar do "fica". o pit bull chance tomou a decisão de continuar fugindo até encontrar o humano perfeito para chamar de dono.

quando acontece algum atrito, imagino que os cães voltem abanando o rabo não porque são tolos. não por esquecerem das coisas rapidamente. mas porque escolheram perdoar seus humanos e pedir perdão. é uma devoção e lealdade consciente, acredito. humilde. "eu não devia ter feito aquilo", sinalizou edgar. "você estava perdido", disse almondine, sorrindo.

e então as características ditas 'humanas' sobressaem-se... e ultrapassam a 'humanidade' de muitos homens.

cachorros são seres incríveis. não basta ter um cão para entender isso, para entender é preciso ser também alguém incrível.

"afinal, para criar cachorros melhores, teremos de nos tornar pessoas melhores", disse alvin.

ouvindo: i due fiumi - ludovico einaudi

domingo, 12 de fevereiro de 2012

amigo de solidão

"a amizade é a solidão sem a angústia da solidão." (dag hammarkskjod)

o gosto da cerveja compartilhada é mais aguado do que aquela que eu tomo sozinha. e meus colegas de bar de épocas passadas já entenderam esse meu conceito desgarrado. amigo de companhia é desnecessário. e incomodante.

ah, o dia em que nós faremos isso e aquilo... a distância das pessoas que aprecio talvez seja algo inconscientemente proposital. assim como os porco-espinhos aprendem a encontrar uma distância segura entre o calor alheio e seus espetos. será que eles ficam divagando utopicamente o dia em que não terão espinhos e poderão se abraçar? que divaguem, pois sabem que isso nunca vai acontecer mesmo.

e se a solidão pode ser angustiante, um amigo de solidão elimina a queimação da angústia com mais eficiência que uma dose de antiácido. por que você acha que só aquela menina tem passe livre? porque ela é uma amiga de solidão. e só ela entendeu o conceito, enquanto os outros estão tentando ser amigos de companhia.

e para eles as portas continuarão fechadas. por enquanto é o jeito que as coisas funcionam bem pra mim.

ouvindo: dare you to move - switchfoot

domingo, 5 de fevereiro de 2012

hoje e ontem

"tiveste sede de sangue, e eu de sangue te encho" (dante alighieri)

a fragilidade do amor próprio ou, a falta dele, segue me enervando. todos nós temos períodos de maior sensibilidade. eu tive os meus. não tenho atualmente, com certeza. hoje é necessário mais do que empenho e um taco de basebol para me derrubar. fraturas consolidadas geram ossos mais resistentes.

e agora sou eu que me irrito andando pela casa de cerâmicas.

de onde veio o estrago, da minha resistência ou da sua fragilidade? não está no meu inconsciente que já estivemos em papéis trocados. minha natureza é bondosa entretanto não tão ingênua. dividiremos assim, a culpa da dor, meio a meio. hoje... e ontem.

ouvindo: buried myself alive - the used

domingo, 29 de janeiro de 2012

emotivo facebook

"sem o amor-próprio nenhuma vida é possível, nem sequer a mais leve decisão, só desespero e rigidez" (hugo hofmannsthal)

é de praxe passar o tempo lustrando armaduras contra o sofrimento. é apavorante correr o risco de amar sem ser correspondido. estamos feridos com tão pouco, acusando a negligência alheia... desconhecendo os motivos alheios. incompreendemos idiossincrasias, travamos batalhas, criamos e questionamos ofensas, oferecemos nossa própria felicidade aos cuidados... dos outros.

"sou uma coleção de sentimentos. meus sentimentos são delicados machucados. se vier, venha para cuidar de mim. e traga ataduras"

que tal excluir todas aquelas frases feitas do emotivo facebook e deixar apenas esta, que resume tudo? vamos fazer com que os outros sejam responsáveis pelo tratamento de nossas feridas, vamos abrir mão do nosso dever de tomar conta de nós mesmos.

estamos nos queixando tanto de pessoas e seus comportamentos inadequados em relação à nós, no entanto não conseguimos passar um dia sequer em nossa própria companhia. o ser humano mais difícil de enxergar e criticar sou eu mesmo. ora, melhor não criar a oportunidade de se dar conta disso, não é mesmo?

ouvindo: little lion man - mumford and sons

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

transição

toda mudança é incômoda. abrir mão do conhecido e encarar o desconhecido é desgastante. ampliar a zona de conforto é desconfortável. desbravar dá cagaço.

então nos recolhemos numa concha. revemos os movimentos automáticos, retomamos o modo manual e ficamos que nem barata tonta com as novas informações. neste momento resolvemos passar bastante tempo sozinhos para acostumarmos com os novos conceitos... antes de interagir novamente.

todos deveriam degustar uma fase de transição. é rico e necessário. chega de negar, relutar, nadar contra a corrente, debater-se. tudo isso só serve para ficarmos estagnados naquela mesma situação. por quanto tempo mais?

ouvindo: o velho e o moço - los hermanos

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

gabriel

século xvii. ela passou dois anos trocando palavras apenas com gabriel washbrook. ou melhor, tratando-se de gabriel, foram meias palavras todo esse tempo.

foi hannah powers quem decidiu abolir o 'nós'. ainda assim ela permaneceu todo um inverno esperando que ele voltasse. nem sinal dele ou dos cães.

ela deixou para trás a casa vazia, virou médica itinerante, casou-se com simon ward, o dono da botica. fizeram remédio para uma porrada de gente doente. ela chegou a conhecer a velhice, ele não.

e mesmo velha, ela lembrava de gabriel com amor. ele também lembrava de hannah. os cabelos dele continuavam longos. seus cães já não eram os mesmos daquela época mas ainda eram muitos. ele passou a viver na floresta, aquele mato fechado. e desacostumou a falar.

é de se entender porque sou apaixonada por livros.

ouvindo: bohemian rhapsody - maksim mvrica

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

silêncio

que caos. ao menos sou uma pessoa curiosa e pesquisadora, informada e ciente da minha bosta de situação.

nem rosamunde pilcher seria capaz de me descrever tão detalhadamente quanto robin norwood. não há orgulho nenhum nisso: arranjar um emprego que lide com pessoas 'carentes e cheias de dor', preferir homens complicados e cheios de problemas, ter paciência extra com situações 'abomináveis', ser exageradamente prestativa e também controladora, ter vícios comestíveis. medo de decepcionar. entre outras coisas.

feito o diagnóstico, de repente sinto a necessidade de nascer de novo...

bem, foda-se. qualquer pessoa de vinte e oito anos tem grande capacidade de nascer de novo na mesma vida, se quiser.

as pessoas do meu convívio já começaram a notar: já não sou tão bunda mole como antes. a minha prestatividade não é mais gratuita, pacientes não recebem afagos verbais, tios deixarão de me ter como sobrinha preferida, alguns muitos amigos irão fazer boneco de vudu da minha pessoa. os homens sumiram, pararam de me encher e eu parei de perturbá-los.

e isso me deixa tão aliviada. apesar de ser apenas o começo.

o silêncio é encantador pois eu me torno minha melhor amiga. se eu achava que 2011 foi um ano solitário, é porque eu não conhecia 2012. e assim, o desenho vai criando formato.

ouvindo: tema de jurassic park - john williams

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

querido john

como ele sabia que eu parecia com a savannah do 'querido john'? ele só me viu três vezes. savannah também nasceu terapeuta. é doce, prestativa e chorona. não sei como dá pra saber que eu sou assim me vendo três vezes. vai ver que toda mulher é assim. ou vai ver que foi intuição, conforme ele mesmo disse.

de repente, eu não me sinto triste por ser assim.

que se danem as definições. que se dane se eu sou meio codependente. ou que me apaixonei por um cara meio asperger. que se dane que ele seja meio asperger, aliás. apesar da minha confusão em interpretar fatos, sei que ele é interessante exatamente desse jeito.

nenhuma companhia humana seria capaz de preencher este vazio. 'querido john' está sendo um amigo tolerante, sábio e gentil. bom livro.

não quero vazio. não quero humanos. comprei mais três livros hoje. pra não correr o risco.

ouvindo: a love that will never grow old - emmylou harris (do brokeback mountain)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

codependente

tudo o que eu leio parece me dizer: você é codependente.

"os codependentes sentem compaixão pelas pessoas que estão sofrendo e sentem que eles devem ser os únicos que podem ajudar. pessoas codependentes dão do seu tempo, emoções, finanças e outros recursos, e têm grande dificuldade de dizer 'não' a qualquer pedido".

eu cuido de todos. da avó, mãe, pacientes, tios, irmã, namorados, amigos. eu sou terapeuta. eu nasci terapeuta. bosta. é isso quem eu sou e é isso o que faço melhor. servir. e eu só sei fazer isso.

"a única maneira de fazer um trabalho extraordinário é amar aquilo que faz. se ainda não o encontrou, continue a procurar. não acomode-se. tal como com os assuntos do coração, você saberá quando o encontrar" (steve jobs)

hoje eu não sei mais o que é amor saudável. eu fico triste, steve, em saber que o meu trabalho mais extraordinário, na verdade, é algo bem patológico. em termos de virtude, pior do que a maldade é a fraqueza.

como é possível gostar de alguém assim? eu ainda preciso melhorar muito. me deixe sozinha com meus livros. estou triste.

ouvindo: lovers in japan - coldplay

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

bestão

eu não sei o que se passa na cabeça dele. talvez eu nunca mais saiba.

meio ano. longas conversas. e tudo acaba sem explicações. eu sinto meu olho ficar roxo e as costelas quebrando. vários chutes na barriga. gosto de sangue. vontade de vomitar. eu não estou exagerando, eu sinto como se estivesse apanhando.

ele era meu amigo. não era? eu podia falar de quase tudo com ele. não?

é, acho que não.

eu realmente gostava dele. gosto dele. postei que estava na hora de deixar de gostar, talvez ele tenha lido. e concordado.

se você visse a minha expressão agora, poderia reparar que não estou chorando nem estou desesperada. eu sempre fiz o meu melhor, mostrei quem eu sou e não mudaria nada do que foi dito ou feito. ainda assim, dói muito. mas eu estou de pé.

vai demorar pra eu esquecer desse bestão. mentira. eu não vou esquecer. desculpe se não consegui fazer você feliz. era essa a intenção sim.

ouvindo: chasing cars - snow patrol

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

richard

é muito estranho a imagem que nós fazemos das pessoas. ele lembra richard sim, o richard jovem. mas jovem ele não é.

adoro o fato de ele não ser jovem... não curto saber que nunca haverá leslie para ele. na verdade odeio o fato de eu não ser tal leslie. enfim, pouco importa agora.

bom saber que ele lembra de mim às vezes. eu não imagino a imagem que ele faz de mim. suponho, erroneamente. na minha tola imaturidade. vou ficar sem saber desta vez.

mas moças de vinte e sete anos não são todas iguais. não?

ouço ludovico. leio dear john. ouço u2. ponho um halls na boca. leio ponte para o sempre de novo. e assim ele não fica tão longe.

ouvindo: fairytale - ludovico einaudi