domingo, 27 de dezembro de 2015
amarga
a experiência deveria ajudar a superar o sofrimento, todo esse conhecimento de sobrevivência que eu adquiri ao longo da minha vida de jovem adulta. mas pensando bem, toda essa bagagem só serve pra me tornar ainda mais amarga. a cada dia que passa. a cada ano que passa. a cada golpe que levo. a cada pessoa que desiste de mim.
eu já aprendi que existem companhias inanimadas e desprovidas de vida como livros, por exemplo. é um tanto insuportável numa hora dessas olhar e enxergar vida acontecendo perto de você. gente casando, gente tendo filho, cachorros correndo, calor humano e trocas justas, entre pessoas que souberam como fazer isso de forma saudável.
culpa. é despejar bile por cima desse prato de jiló. eu reconheço, tenho problemas. tem gente que recebe amor incondicional e tem um monte de problemas. hoje eu vejo aqueles videos de cachorros correndo quase que na velocidade dos carros que os abandonam e entendo que isso é sim uma coisa cruel. eu não entendia e não sofria, hoje eu assisto algo assim e choro, tenho dor de barriga.
o que eu preciso aprender e não estou conseguindo? o que eu estou pagando? onde eu errei tanto assim?
não quero mais passar por isso. não vou mais correr o risco de passar por isso. acho que, afinal de contas, algumas pessoas problemáticas devem trabalhar bastante para valer a vida, mas seguir sozinhas.
ouvindo: yann tiersen - album rue des cascades
sexta-feira, 15 de maio de 2015
mesmo
do jeito que ela é feia, ruim e estúpida, devia ficar contente por existir alguém que goste dela apesar disso tudo.
ah sei, o mesmo problema de outrora?
é bom ela conseguir bastante dinheiro pra conseguir compensar tudo isso. e é bom que ela esteja disposta a fuder a hora que ele quiser, senão ele vai acabar indo embora.
ela não tem do que reclamar. tem é muita sorte, isso sim.
quarta-feira, 15 de abril de 2015
2009
ah não, eu sou burra sim. ninguém falou, mas em 2009 ninguém tinha falado também, certo?
há muitas maneiras de te empurraram para baixo sem colocarem a mão em você.
domingo, 12 de abril de 2015
gentilmente
foda é agir do mesmo jeito que antes. é o cúmulo da burrice. eu posso ser folgada, mas não sou burra.
quando as coisas começam a ficar claras na cabeça, então nesse momento podemos e devemos pegar papel, caneta, e colocar a máquina pra funcionar.
ouvindo: pearl harbor soundtrack
sexta-feira, 10 de abril de 2015
bicho
porra.
ah eu tenho coragem. eu tenho muita coragem pra mudar as coisas completamente. não tente cutucar alguém que está encurralado, vai ver o cara se transformar num bicho dez vezes maior, com uma força cinquenta vezes maior, com 60% menos dó.
pra você pode ser besteira. não pro bicho.
ouvindo: yiruma
vilões
não é uma má ideia morar numa ilha deserta sozinha. quem não tem a capacidade de desenvolver inteligência emocional e social deve viver sozinho mesmo, deve pagar o preço disso.
os vilões são sempre feios, problemáticos, ruins, e claro, sempre vão se fuder no final. a disney está gerando uma cambada de imbecis acéfalos há algum tempo, e nós podemos sentir as consequências disso já.
estão ensinando de forma equivocada o que significa amor. o amor não é beleza, meiguice, chamego, nada disso. não é lamber o outro e dizer que bonitinho. amor é enxergar a pessoa debaixo da feiura, das distorções de personalidade, da camada de merda. é reconhecer e admirar aquele ser cheio de arestas.
eu reconheço que sou o monstro frio recoberto por uma camada de merda marrom (tipo uma paleta mexicana barata), e que se foda.
a vida tá uma bosta mas eu não vou me matar mesmo, uma hora as coisas melhoram.
quinta-feira, 9 de abril de 2015
ruim
a vida é insuportável. eu não sei como é o pós-vida, não sei se existe limbo e também não sei que critério eles usam pra separar as pessoas entre o céu e o inferno. não conheço a legislação dessas coisas, é muito vago e complicado, cheio de morais e achismos.
acabar com a vida poderia ser apenas como sair de um lugar, arrumar a mesa, os lençóis, desligar as coisas da tomada e apagar a luz. e pronto.
a morte gera a vida, um ciclo acaba e outro começa novinho, ingênuo, puro.
o peso de algo sem conserto é quase engraçado de tão ruim.
ouvindo: coldplay
segunda-feira, 30 de março de 2015
quanto
quarta-feira, 25 de março de 2015
culpa
o álcool é uma droga lícita, socialmente aceita, aparentemente inofensiva e o limiar do normal-problema é muito vago. o álcool faz mais estrago que a cocaína, porque nessa de fazer estrago silenciosamente, acaba com muita gente. funciona mais ou menos assim com a culpa. culturalmente, consideramos a culpa algo saudável e honrável, não sabemos direito os limites entre normal-problema, então vamos seguindo assim.
a culpa não mata, mas leva ao suicídio. a culpa não engorda, mas te faz comer loucamente. a culpa não briga com as pessoas próximas, mas te faz brigar. a culpa ri silenciosamente e vai ensinando os cidadãos a morrerem de dentro pra fora, gerando uma legião de zumbis apáticos que "mordem" filhos, amigos, colegas de trabalho e todos os que convivem com eles.
a culpa não cega, mas faz você sentir dificuldades para enxergar direito. se isso acontece desde que você é pequenininho, a imagem que forma do mundo é míope, essa imagem gruda na sua cabeça e essa passa a ser a sua verdade. poderia ser bem melhor, mas sabe como é, a plasticidade se limita com a idade. é embaçado.
há desespero na culpa. e há atitudes extremas no desespero. o caos nem sempre é produtivo (conclusão recente também). eu tenho vontade de chamar a culpa em um canto e conversar, entender, ouvir. eu quero encontrar a paz para a culpa também.
ouvindo: dietro casa - ludovico einaudi
terça-feira, 17 de março de 2015
cruel
ouvindo: coldplay
quarta-feira, 4 de março de 2015
tolerância
estou fadada a ter filhos com todos os tipos de problemas possíveis. o mundo vai me dar uma doença para me matar bem devagarinho, alguma doença que me imobilize, que me tire o movimento, a fala, tudo. aí eu vou aprender sobre tolerância. na marra.
o mundo vai me dar alguém para dividir a vida. e vai tirar essa pessoa de mim, através das minhas próprias reações coléricas, minha inquietude, meu incômodo. e então eu vou sentir a culpa bater. vou ajudar a culpa a me bater e vou me bater até começar a rir. ahaha! é sangue! sangue é vida! e mais raiva, mais porrada, mais raiva, mais risada.
eu sou uma panela de pressão. e nem sei fazer carne de panela.
eu rio mesmo, pra dentro, principalmente.
tem gente que chora, chora pra tudo. eu rio. de raiva.
ouvindo: big girls cry - sia (irônico?)
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
tanto
ouvindo: ventilador.